História dos brinquedos
Sociólogos, cientistas, psicanalistas já disseram que o homem é um animal que precisa de abstração, de um universo ficcional e da fantasia. Talvez por isso, os brinquedos sejam uma criação tão antiga. Estima-se que os primeiros surgiram entre os anos 4.500 e 3.000 a.C. Segundo Cristina Von, autora do livro A História do Brinquedo, um bom exemplo são as bonecas, que datam desse período. "A boneca é cultural, representa uma miniatura da própria vida e do dia a dia", afirma. Para ela é uma espécie de treino para a fase adulta. Isso também significa que os brinquedos evoluem no mesmo passo que o cotidiano, acompanhando o ritmo.
Para Aires Leal, diretor de marketing da Estrela, o brinquedo é um espelho da sociedade e sua evolução acompanha o desenvolvimento das demais indústrias. Isso explica o fato de esse segmento ter surgido na Europa, acompanhando a Revolução Industrial no século XIX e dos brinquedos eletrônicos terem invadido o mercado na virada do século XXI. "A boneca já mudou muitas vezes, mas a brincadeira é a mesma. Por meio delas, as meninas brincam de ser mulheres, exercitam o instinto da maternidade", esclarece Leal.
Além das bonecas, outros brinquedos fizeram a cabeça da meninada e todos passaram por um processo de evolução, atendendo a necessidades tecnológicas e sociais. Segundo Leal, um dos momentos mais significativos nesse processo de transição vem sendo o início do século XXI, quando a vida nas metrópoles fez diminuírem as famílias e extinguiu as brincadeiras de rua."O brinquedo precisou adequar-se à nova era. As crianças estão mais presas em casa e também estão mais expostas à mídia", diz Leal reforçando a ideia de que com o aumento do acesso à informação os pequenos têm mais autonomia para escolher e reivindicar novas brincadeiras e produtos.
Campeões de ranking de brinquedos, os videogames fascinam os adultos. A explicação está na evolução dos tempos. Para André Riciopo, gerente de marketing da importadora Candide, se a indústria de brinquedos acompanha as tendências do mercado mundial não é de se estranhar que os computadores e videogames sejam o grande hit. "Nossa era está repleta de tecnologia, o que mudou a cara das lojas de brinquedos. Quando a Candide foi criada, na década de 60, os produtos mais populares eram as caixinhas de música com bailarinas e os bonecos articulados, movimentados por meio de pequenos motores a pilha", afirma Riciopo ao lembrar-se de um dos marcos na história da empresa, os laptops.
André Riciopo acredita que os produtos oferecidos hoje são condizentes com as necessidades de um público infantil cada vez mais exigente e antenado com as novidades."A tecnologia está presente não só nos componentes do produto, mas também no seu desenvolvimento e produção", conclui.
BONECAS
A primeira boneca de que se tem notícia surgiu na civilização babilônica, cerca de 3000 a.C. Nos túmulos de crianças no Antigo Egito, diversos brinquedos deste tipo foram encontrados, incluindo algumas sofisticadas, com cabelo e articulações, mas não havia o caráter de brinquedos.
A produção em massa iniciou-se no século XV, na Alemanha. Feitas de madeira, alabastro e vidro, reproduziam cenas do cotidiano ou figuras da corte e da sociedade e eram destinadas a adultos. Apenas no século XIX elas começam a ser feitas para crianças. A porcelana era principal material. No século XX, o plástico e a borracha começaram a ser utilizados, as figuras ganharam articulações e uma semelhança maior com os humanos. Um marco na indústria de bonecas foi o lançamento da Barbie, em 1959. Antes dela, a maioria reproduzia bebês e havia pouca variedade de posições e roupas.
CARRINHOS
Carrinhos e miniaturas de veículos fazem parte do imaginário das crianças desde a antiguidade. A produção em massa se deu nos primeiros anos do século XX, e os objetos se popularizaram entre os meninos. As indústrias não se preocupavam com a fidelidade das miniaturas aos modelos de carros reais até a chegada da linha Hot Wheels, em 1968, que reproduzia automóveis em escala 64 vezes menor, e alçou os carrinhos à categoria de itens de coleção. A marca já lançou mais de 15 mil modelos diferentes, entre réplicas realistas e veículos originais, incluindo tipos raros que podem custar até 300 dólares. O Autorama surgiu na Inglaterra em1956, mas só chegou ao Brasil em 1963.
JOGOS DE TABULEIRO
São considerados parte integrante da cultura de muitas civilizações desde o ano 3500 a.C., quando se tem notícia do primeiro jogo deste tipo. O xadrez, um dos mais praticados, surgiu em 500 a.C. O Banco Imobiliário, criado em 1932, é visto como um dos ícones da categoria. Até hoje é um dos jogos mais vendidos da história, praticado por crianças e adultos. Também são inesquecíveis o Jogo da Vida, Detetive, War, Batalha Naval, Gamão, Damas e Scrabble.
VIDEOGAMES
1949: surgia a primeira ideia de um videogame, quando o engenheiro Ralph Baer era contratado para desenvolver uma televisão interativa. Na ocasião, o projeto seria arquivado.
Anos 70: o Pong, jogo que em 1972 daria origem ao primeiro videogame da história, o Odyssey (que chegaria ao Brasil em 1977 sob o nome Telejogo) eram lançados. O mercado recebia o Atari em 1978.
De 1983 a 1986: a Nintendo lançou o NES e criou Mario, um dos personagens mais queridos da história dos games. A Sega surgiu como concorrente, lançando o Master System.
Anos 90: a briga entre as duas empresas continua com o lançamento do Super NES e do Mega Drive. A Sony entra no mercado em 1994, com o Playstation, e declara iniciada a "guerra dos consoles".
2000: para manter a liderança, a Sony lança o Playstation 2, um dos consoles mais populares do Brasil.
2006: o Playstation 3 chega ao mercado, mas não atinge o mesmo sucesso que o sucessor. A Nintendo recupera seu prestígio com o Nintendo Wii, que mudou a maneira de se jogar videogame, utilizando sensores de movimento.
PLAYMOBIL
Há quase 10 anos fora do mercado brasileiro, a volta do Playmobil tem sido vista como um dos principais aspectos da moda dos anos 80, que tem ganhado força no Brasil. Os bonecos alemães voltam às prateleiras nacionais com 14 linhas, entre clássicas e inéditas. O público-alvo, desta vez, inclui os adultos que brincaram com as figuras quando crianças. Os bonequinhos surgiram em 1974, na Alemanha produzidos pela Geobra e suas linhas fizeram parte do imaginário infantil - circo, forte apache e corpo de bombeiros.
GENIUS
Os fãs puderam matar a saudade do Genius em 2008, quando o primeiro jogo eletrônico do Brasil voltou às lojas. Desafiando a memória dos jogadores, o agora chamado Genius Simon (assumindo o nome do original americano) traz um novo design sem abrir mão de seu principal atrativo: os grandes botões em quatro cores diferentes. Esta nova versão traz todos os modos de jogo do original, com a adição de três. Agora, as cores não são fixas em apenas uma lente.
SUSI
Após um sucesso estrondoso por cerca de 20 anos, a Susi retornou ao mercado em 1997, repaginada e com um visual mais moderno. A boneca ganhou um namorado, Beto, e coleções temáticas, como a inspirada na Copa do Mundo ou em novelas. A Estrela também investiu em inovações tecnológicas, como a Susi Celular, que conversa com as garotas através de um aparelho. Edições especiais também foram constantes desde o ano 2000, como a boneca participante da campanha Câncer de Mama No Alvo da Moda, a versão exclusiva do São Paulo Fashion Week. Em 2007, foi mais uma vez remodelada, com cabeça menor e pernas mais longas e finas. A Estrela agora pretende investir em coleções que reproduzam roupas desenhadas por estilistas e apresentadas em festivais de moda.
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DÉCADA DE 1930
Na história dos brinquedos, na década de 30, a grande sensação eram os navios e carrinhos de lata, com destaque para o Charutinho, réplica fiel de um carro de corrida da época. Soldados de chumbo ainda faziam a alegria das crianças, que simulavam batalhas épicas na sala de casa. Piões, pipas, bolinhas de gude e ioiôs eram a sensação entre os meninos, sinônimos de brincadeiras de rua.
DÉCADA DE 1940
Dois jogos que ainda fazem sucesso chegavam ao mercado brasileiro: o Pega Varetas e o Banco Imobiliário, até hoje o mais vendido do mundo. Também era lançado o Cachorro Mimoso, o primeiro brinquedo com movimento e som do país. Em 1946, a massa de modelar Estrela passou a ser vendida em todo o Brasil.
DÉCADA DE 1950
Os anos 50 iniciaram com a introdução de brinquedos fabricados com plástico ou vinil, mais flexíveis. Objetos do cotidiano também se transformaram em brinquedos, e fogões, geladeiras e máquinas de costura eram sensação entre as meninas. Os meninos da época puderam dirigir minicarros, jipes, e se divertiram com as primeiras bicicletas infantis. Ainda, a boneca Pupi, que dormia e chorava, e o Bebê que anda eram alguns dos itens que mais figuravam nas listas enviadas para o Papai Noel. A Brinquedos Bandeirantes lançava o Velotrol.
DÉCADA DE 1960
Alguns dos brinquedos clássicos surgiram nos anos 60. Além do patinete e dos primeiros jogos de futebol de botão, houve o lançamento da boneca Susi e da Amiguinha. O bambolê tornou-se febre e o Autorama o sonho de consumo de muitos meninos. Brinquedos tematizados também começaram a sair, como miniaturas de Mary Poppins, Wanderléia e Erasmo Carlos.
DÉCADA DE 1970
Com a chegada do homem à Lua, em 1969, o mercado era invadido por réplicas de naves espaciais e astronautas. A boneca Mãezinha era a campeã de pedidos entre as meninas. Chegavam ao Brasil os primeiros carrinhos de controle remoto, sendo o Stratus o pioneiro. Outros ícones também chegavam às lojas, como a boneca Tippy, a dupla Lalá e Lulu e o Topo Gigio, personagem de um programa de TV de grande sucesso. Em 1977, o Brasil recebeu a sua primeira linha de bonecos de ação: o Falcon. Surgia também o Telejogo, o primeiro videogame lançado no Brasil.
DÉCADA DE 1980
O Genius chegava ao mercado como o primeiro brinquedo eletrônico nacional, e ao lado do Cubo Mágico, tornou-se o quebra-cabeças favorito da criançada. Os brinquedos da linha Playmobil e Lego cativavam crianças de todo mundo, e no Brasil, figuravam entre os mais vendidos. Houve também uma evolução nos carros de controle remoto com a chegada do Pégasus. Destaques também para o Elastikon e o Dragão, capazes de transpor obstáculos. A Barbie finalmente chegou ao Brasil, 23 anos após o lançamento nos EUA. Os meninos ganharam os Comandos em Ação, versão brasileira dos americanos GI Joe, que se tornariam ícones de figuras de ação em todo o mundo.
DÉCADA DE 1990
O grande brinquedo eletrônico da época foi o Pense Bem. As prateleiras também foram invadidas por bonecos da Turma da Mônica, desde miniaturas que mudavam o rosto até versões feitas de borracha, em maior tamanho. O jogo Batata Quente, assim como a boneca Sapequinha, a primeira a utilizar um sensor de movimentos para perceber a aproximação da criança, e uma linha inspirada na personagem Moranguinho chegaram ao mercado. A linha inspirada no Pokémon tornava-se a preferida da maioria das crianças, com jogos e miniaturas. O Super Nintendo e o Playstation já eram os videogames mais desejados.
DÉCADA DE 2000
Computadores e videogames tomaram o imaginário da criançada. Jogos de tabuleiro ganharam versões temáticas, como o Banco Imobiliário dos Simpsons e jogos inéditos inspirados em filmes de sucesso, como Batman e animações da Disney. Figuras de ação e bonecas inspiradas em personagens do cinema e TV, com destaque para a linha Star Wars, chegaram ao mercado. A My Scene, coleção com novas versões das clássicas Barbies, tentou recuperar parte do mercado dominado pelas bonecas Bratz. O Playstation 2 e o Nintendo Wii atingiram sucesso estrondoso.
SOBREVIVENTES
BANCO IMOBILIÁRIO
Um dos jogos de tabuleiro mais populares de todo o mundo, o Banco Imobiliário figura nas listas de mais vendidos desde seu lançamento em 1933. A rotina de comprar e vender propriedades em busca de lucros e da retirada de outros competidores do mercado recebeu diversas edições ao longo do tempo, como a World Edition, em que países e locais históricos podem ser comprados. Também existem versões baseadas em personagens famosos como Simpsons, Bob Esponja e Homem - Aranha. Recentemente, a Estrela lançou no Brasil o Banco Imobiliário Sustentável, totalmente fabricado com material reciclado e com casas e hotéis sendo substituídos por reservas naturais, além do Banco Imobiliário Brasil, que traz ruas e locais famosos de diversas cidades de nosso país.
BARBIE
É praticamente impossível encontrar uma pessoa que não se lembre da Barbie quando se fala em boneca. Símbolo de beleza e juventude, e com corpo de top model, a boneca americana ultrapassou as barreiras de um simples brinquedo e ganhou edições especiais com cristais e inspiradas em personagens clássicos do cinema e TV, com modelos que chegam a custar milhares de dólares. Lançada nos EUA em 1959, a Barbie chegou ao Brasil apenas em 1982 e, desde então já foram lançados mais de 200 modelos diferentes. Em 2002 foi lançada a My Scene, uma linha voltada para as pré-adolescentes.
LEGO
Em 1932, após perder sua marcenaria em um incêndio, o alemão Ole Kirk começou a produzir brinquedos de madeira. Utilizando o nome LEGO, que significa "unir", lançou em 1947 um veículo que poderia ser desmontado por meio de tijolos encaixáveis. Em 1960, a marca seria consolidada no mercado de brinquedos montáveis, e começou a dar asas à imaginação de crianças de todo o mundo com as diferentes formas de se construir um mesmo objeto. Em 1975, chegaram ao mercado os primeiros bonecos LEGO, articulados e lembrando figuras humanas. Diversas linhas do produto chegaram ao mercado em diferentes épocas, incluindo muitas inspiradas em franquias cinematográficas de sucessos, como Harry Potter e Star Wars.
Nas lojas de bebê Alô Bebê você encontra uma grande variedade de brinquedos infantis para alegrar meninos e meninas, como os Brinquedos Bandeirantes desenvolvidos também para garantir proteção e aprendizado para a garotada.