Andreia e Luigi Baricelli falam da vida em família
Andreia e Luigi Baricelli são casados há oito anos. Desde então, ela trabalha como empresária dele, na produtora do casal. Os filhos Vittório, de quatro anos e Vicenzo, de 10 meses, têm ainda a companhia eventual de Rúbia, de 11 anos, filha do primeiro casamento do ator. Paulistanos, os dois moram no Rio de Janeiro, mas não perdem a oportunidade de reunir a família num sítio nos arredores da capital paulista.
Para Andreia Baricelli, estresse é a última coisa que pode ajudar na educação dos filhos. "É relaxar. Tento viver o hoje, resolver o que eu posso e ajudar outras pessoas. A partir do momento em que se tem filhos, o mais importante é ter consciência da responsabilidade".
Alô Bebê - Como administrar família, trabalho, casa e compromissos sociais?
Andreia Baricelli - Faço o mais que posso em casa. É dedicação mesmo, sou muito mãe. Inclusive, não tivemos problemas de ciúmes do Vittório quando o Vicenzo nasceu. Eu e o Luigi fazemos questão de levar e buscar na escola. Sempre dedicamos um tempo só para as crianças.
Alô Bebê - As duas gestações foram planejadas? Como aconteceu?
Andreia Baricelli - A gravidez do Vittório foi mais ou menos planejada, já estávamos discutindo se estava na hora. E eu não queria esperar muito tempo. Tenho certeza até da data em que engravidei. Estava grávida e, mesmo antes da menstruação atrasar, já sentia isso. Fizemos um teste de farmácia e o resultado foi indefinido. Mesmo quando fiz o exame laboratorial já sabia.
Com o Vicenzo foi diferente. O Vittório pedia muito um irmão. Eu usava DIU (dispositivo intrauterino) quando engravidei. Estávamos em Paris, compramos um teste de farmácia e deu positivo. O Luigi abriu um champagne, nossos amigos comemoravam, mas eu não me convencia. Fiz três testes.
Alô Bebê - Como foram as gestações e os partos?
Andreia Baricelli - Das duas vezes foram necessários cuidados especiais e repouso nos primeiros meses. Engordei muito: 23 quilos na gravidez do Vittório e 25 quilos quando esperava o Vicenzo. Mas volto à forma rapidinho. Os dois partos foram cesáreas. No primeiro, eu queria muito um parto normal, mas não deu para esperar. Fiquei triste no começo, mas depois foi maravilhoso. Amamentei o Vittório até um ano de idade. O Vicenzo ainda mama, parece um bezerrinho. Estamos no processo de desmamar. Parei de amamentar durante a madrugada e ele já dorme a noite toda tranquilo. Na verdade, o pediatra me deixou à vontade para decidir a partir do sexto mês, mas eu ainda quis continuar um pouco. Amamentar é muito importante, um contato, um carinho que damos e recebemos maravilhoso.
Alô Bebê - Vocês querem ter mais filhos?
Andreia Baricelli - Eu não quero. Acho que três está bom. A Rúbia é como uma filha, muito presente. Quando faço uma coisa para um penso no outro. É uma decisão da minha parte, mas o Luigi diz que ainda não sabe. Hoje o mundo está muito complicado (Vittório, atento à conversa, se aproxima da mãe e diz que quer mais um irmãozinho) e é preocupante colocar uma criança no mundo com toda essa violência. Ficamos enlouquecidos de pensar.
Alô Bebê - Como educar um filho? O que considerar mais importante?
Andreia Baricelli - Educação é um conjunto. Tenho como referência a educação que recebi: minha mãe me dava liberdade, mas sem deixar de repreender. Acredito no diálogo, diálogo e mais diálogo. Temos isso muito em casa. Firmeza é importante, mas a criança precisa mais de limite que de repreensão.
Alô Bebê - E o que é mais difícil nesse processo?
Andreia Baricelli - As perguntas e preocupações deles me surpreendem. Ás vezes, acho ruim antecipar preocupações, mas a curiosidade deles não tem limites e, em algumas situações, é difícil dar respostas, porque quase nunca ficam satisfeitos. Mas não adianta enrolar nem deixar de responder.
Alô Bebê - Fale um pouco sobre o temperamento das crianças.
Andreia Baricelli - O Vittório é muito invocado, fica com a testa toda enrugadinha pra dormir. Mas também é muito carinhoso. Já o Vicenzo dormi sorrindo, tranquilo sempre. Todos os dois são muito apegados ao pai, um verdadeiro herói para eles. Lembro-me que, durante a gravidez, ele sempre me propunha calma. O Luigi, claro, tem seus momentos de estresse, mas é muito tranquilo. Às vezes, para diminuir o estresse, liga o videokê e todo mundo vai cantar.
Alô Bebê - O fato de ele ser ator e a exposição na mídia altera a rotina da família?
Andreia Baricelli - Não muda nada. O Vittório cresceu vendo o pai na mídia, está acostumado a ver as pessoas pedirem autógrafo e até oferece a canetinha para o pai. Deixamos ele ver as novelas e, em algumas cenas, disfarçamos. Então, ele um dia me perguntou: pronto, mãe, acabou? Não vai ter mais cena de beijo? Na verdade, não há como enganá-lo. Ele sempre encarou numa boa e, inclusive, se refere à personagem, durante a novela, pelo nome da personagem mesmo. (Vittório se aproxima da mãe novamente e fica repetindo Fernão, Fernão - o nome da personagem de Luigi na novela global A Padroeira).
Alô Bebê - Como é a programação em família? O que gostam de fazer?
Andreia Baricelli - Fazemos muitas coisas em casa, o Luigi é caseiro e eu também. Mas vamos muito ao cinema, ao teatro e a programações infantis. Quando chegam fãs pedindo autógrafo, eu e o Vittório saímos de fininho e deixamos o Luigi lá. Eu e o Luigi também saímos sempre para namorar. Acho que o casal tem que ter um tempo próprio, sem deixar a vida em comum, em família, de lado.
Alô Bebê - Acha que nos dias atuais as crianças tornam-se adultas mais depressa?
Andreia Baricelli - Depende. A Rúbia, por exemplo, tem 11 anos, mas ainda brinca de boneca, anda a cavalo, brinca de pegador. Sei que existem crianças da mesma idade que já pensam em namorar e têm preocupações de adulto. Mas acho isso relativo. Na minha infância era diferente, brincava na rua. Imagina se hoje vou deixar um filho meu brincar na rua. Hoje temos que dar outros limites a eles.
Mas, desde o nascimento do Vittório, sempre brincamos muito com eles, no chão, na terra, na praia, no contato com a natureza. Sempre contamos histórias. Mas também exigimos responsabilidade. O Vittório tem a escola e os cursos que escolheu (futebol e skate). Sempre privilegiamos a infância por inteiro, em primeiro lugar, brincando muito. E também paramos para prestar atenção e entender o que acontece com eles o tempo todo. A gente busca muito isso: o que eles gostam.
Alô Bebê - O que diria aos nossos leitores papais e mamães?
Andreia Baricelli - Relaxar. Não dá para ser neurótico. A paz mundial não existe, mas tem muita gente boa no mundo. Eu tento viver o hoje, resolver o que posso, ajudar outras pessoas. A partir do momento em que se tem filhos, tem que se criar consciência da responsabilidade que isso significa. E, claro, sempre dar muita atenção a eles.