Marcos Breda fala sobre a paternidade
Aos 42 anos, o ator Marcos Breda curte "muito" o filhote Jonas, de apenas sete meses, e se prepara para dois novos trabalhos no teatro e no cinema. Pai presente e participativo, tranquilo e bem humorado, ele fala com orgulho de ter acompanhado o nascimento do pequeno e, inclusive, cortado o cordão umbilical. Sobre os desafios de educar filhos, é categórico: "o mais difícil é respeitar e, ao mesmo tempo, impor limites saudáveis".
Marcos Breda falou à Alô Bebê sobre a dificuldade de administrar o tempo entre os cuidados com o filho e o trabalho e também a satisfação de ser pai.
Alô Bebê - O que significa a paternidade na sua vida?
Marcos Breda - Sabe aquele quebra-cabeça de mil peças, complicadíssimo de montar? Sabe quando você para porque não consegue mais encontrar nenhuma peça, não consegue montar nada? Daí você encontra uma pecinha que reorganiza tudo e você consegue colocar todas as outras no lugar. Acho que é um pouco isso.
Dois acontecimentos marcaram muito a minha vida. A morte do meu pai, há cinco anos, e o nascimento do Jonas, no início deste ano. Primeiro foi uma perda definitiva, uma dor profunda. Depois, uma alegria profunda. Em termos psíquicos, esses dois acontecimentos reorganizaram minha vida. Com o nascimento do meu filho recuperei a alegria que julgava perdida.
Alô Bebê - O que muda com a chegada de um filho?
Marcos Breda - Tudo, muda tudo. Primeiro, você abandona as noites de sono, está sempre cuidando. Quando vou sair com ele é preciso montar toda uma estrutura, comidinhas, roupinhas, remedinhos, brinquedos. É uma operação complicada...
Alô Bebê - Você se considera um pai participativo?
Marcos Breda - Muito, em tudo, desde o início da gravidez. Acompanhei a Cynthia em todas as consultas, participei no momento do nascimento. Fui eu que cortei o cordão umbilical e primeira hora de vida, o Jonas ficou no meu colo.
A gravidez foi tranquila, mas aconteceram uns incidentes. Em janeiro, sofri um grave acidente de moto e fiquei três dias na UTI. Depois, na fase final da gravidez, a Cynthia teve dengue. Sabemos que não afeta o bebê, mas para a mãe é delicado. Nesses dias, eu já estava em casa, mas não me movimentava. Minha casa ficou parecendo uma enfermaria (risos)...
Alô Bebê - Fale um pouco sobre o Jonas.
Marcos Breda - Ele já está engatinhando, tem dois dentinhos e fala algumas bobagens. É super alegre, risonho e brincalhão. Mas, quando quer uma coisa, deixa isso muito claro. Se não pode, reclama. Come muito - está pesando 11 quilos - e acorda duas vezes todas as noites, com hora marcada, para mamar. É como um reloginho esfomeado. Até os cinco meses de idade não tomava nem água, só mamava no peito.
Alô Bebê - O que considera o maior desafio na educação de um filho?
Marcos Breda - Respeitar aquilo que ele quer ser e, ao mesmo tempo, impor limites saudáveis. É saber a hora de permitir, a hora de dar força, de liberar ou dizer não, quando deixar correr solto ou quando interferir. É difícil. Com o Jonas ainda não deu pra viver isso.
Alô Bebê - E os prazeres, as satisfações na convivência com ele?
Marcos Breda - O melhor de tudo é chegar perto e ele abrir um sorriso, aquele sorriso. Quando isso acontece, todos os problemas acabam, o universo fica cor-de-rosa.
Alô Bebê - O que gostam de fazer juntos?
Marcos Breda - Gosto de levá-lo para nadar na piscininha, passear com ele no colo; quando passeamos de carro, ele dorme em minutos. Gostamos também de ficar na varanda, olhando o céu, as nuvens, os passarinhos, ele adora. Moramos numa casa e temos animais, o labrador lambe o pezinho dele e ele puxa o rabo do gato, nos divertimos muito.
Alô Bebê - Como administrar o tempo para atender às exigências do filhote?
Marcos Breda - É uma loucura. Às vezes, passo o dia arriado por ter dormido mal na noite anterior. Considero fundamental ter uma babá porque um bebê é muito exigente em termos de cuidados e, nesse caso, contar com ajuda é muito importante. Mas, de qualquer forma, você tem que organizar o tempo.
Alô Bebê - Apesar da pouca idade do Jonas, o que pensa sobre a relação de vocês devido à sua exposição na mídia?
Marcos Breda - É muito cedo para pensar nisso. Na verdade, nunca me preocupei com essa história. O que procuro é não expô-lo na mídia. Esta é a segunda vez que dou uma entrevista sobre ele. Desde que ele nasceu, muitas pessoas sugeriram que falássemos com a imprensa, fotografássemos, mas não quisemos. Como ele é muito bonitinho, as pessoas falam em fotos, fazer catálogos... nada disso, criança não trabalha, criança dá trabalho.
Alô Bebê - Que palavra diria a papais e mamães?
Marcos Breda - Para não temerem a maternidade e a paternidade, porque é a maior aventura.