Presença paterna é primordial para a formação de uma criança feliz
Ao abrir o resultado do exame que comprova o início da gravidez, a mãe começa a vivenciar uma nova realidade e a sentir uma transformação que acontece a todo o momento dentro do próprio corpo. Mas, apesar de a relação mãe e filho ser tão simbiótica, a participação do pai é de extrema importância desde os primeiros momentos da vida do bebê.
"O pai é tão importante quanto a mãe na formação da criança", afirma Bárbara Yara Marquês de Aquino, psicóloga e mestre em reabilitação na área da saúde pela Universidade Federal do Estado de São Paulo (UNIFESP).
Durante a gestação, a presença física e afetiva do pai serve de amparo para a mãe e dá tranquilidade para receber o novo membro da família. "A partir do momento em que a mulher se descobre grávida, o pai precisa estimular a criança ainda no ventre materno, entendendo e acompanhando a mãe durante todo o período. Esta atitude é passada para o bebê e ajudará na formação de uma criança mais tranquila", lembra a psicóloga.
A figura do pai na vida da criança está diretamente relacionada à noção de limites e segurança. "O não dito pela mãe é diferente do não dito pelo pai. A postura da mãe está, em grande parte dos casos, relacionada à proteção, à doçura.
Culturalmente, o pai passa a ideia de regras que precisam ser seguidas e respeitadas", explica Bárbara. Quando o pai desconhece seu papel e as fases da paternidade, a autoridade é confundida com autoritarismo. "O pai com esta característica costuma ter uma atitude omissa, e deixa todas as resoluções sobre a vida e a educação da criança a cargo da escola e da mãe, que passa a fazer um papel duplo. Este pai, que geralmente é considerado o bonzinho, que deixa a criança fazer tudo o que quer, perde o papel de autoridade perante o filho e acaba por prejudicar o desenvolvimento emocional do pequeno".
O pai autoritário, embora não acompanhe a realidade infantil, acaba por cobrar um comportamento exemplar deste filho.
Uma criança sem limites acaba sendo também insegura. "A criança nestas condições vive uma busca vazia, com poucas referências do que é certo ou errado para o próprio crescimento", alerta a psicóloga. O pediatra e neonatologista da maternidade São Luiz, Paulo Schiller, concorda com esta afirmação. "Muitas vezes, casos de hiperatividade infantil estão relacionados à paternidade distante", enfatiza ele.