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Teste do pezinho, saiba qual é a importância

pezinhos do bebê

O teste do pezinho é um dos exames mais importantes realizados na infância. Instituído pelo Ministério da Saúde, o teste é obrigatório e precisa ser lembrado. Para isso, ganhou até uma data especial: o dia 6 de junho. O teste que o seu recém-nascido deve fazer até o quinto dia de vida é fundamental para detectar doenças que podem afetar o desenvolvimento da criança para sempre, mas que não apresentam sintomas nos primeiros dias de vida.

Seu nome completo é exame de triagem neonatal foi trazido ao Brasil pela APAE (Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais) em 1976, com gratuidade garantida em todo o país a partir de 1992. Oferecido pela rede pública de saúde brasileira, o teste é bem básico, com apenas uma picadinha do calcanhar do seu filho, mas que pode detectar seis doenças: fenilcetonúria, hipotireoidismo congênito, fibrose cística, anemia falciforme, hiperplasia adrenal congênita e a deficiência de biotinidase. As duas últimas da lista foram incorporadas ao teste em novembro de 2013.

O Brasil foi o primeiro país da América Latina a instituir o teste do pezinho. A iniciativa partiu do pediatra paulista, o professor Benjamim Schmidt. Inicialmente, ele criou o projeto para diagnosticar a fenilcetonúria, como parte do centro de pesquisas da APAE. Em 1986, dez anos mais tarde, a instituição incluiu o diagnóstico contra o hipotireoidismo congênito no teste. A década de 1980 foi um importante período para a saúde brasileira, já que foram publicadas as primeiras leis de amparo à realização de testes de triagem neonatal em alguns estados brasileiros, como São Paulo e Paraná.

Porém, só nos anos 90 que foi instaurado a obrigatoriedade do teste do pezinho para todas as crianças brasileiras, após a publicação do Estatuto da Criança e do Adolescente. Já em 2001, o Ministério da Saúde criou o Programa Nacional de Triagem Neonatal, com o objetivo de acolher todos os recém-nascido não apenas na realização do exame, mas também garantindo o atendimento com médicos especializados a todos os pacientes que tivesse o diagnóstico de uma dessas doenças confirmado. É por isso que, para cada uma das seis doenças identificadas no teste, existe o tratamento adequado, gratuito e acompanhado por toda a vida nos 31 centros de referência de triagem neonatal do país, presentes em todos os estados brasileiros.

Com certeza existe um ponto de coleta perto da sua casa, pois hoje já é possível fazer o teste em mais de 20 mil locais na rede de saúde, considerando apenas os locais públicos. É possível realizar a versão Mais do teste na rede privada, oferecida pela maioria das maternidades e hospitais, em versão que diagnostica outras quatro doenças: deficiência de G-6-PD, galactosemia, leucinose e toxoplasmose congênita. Há ainda o teste Super, que é um pouco salgado no preço, mas é capaz de detectar até 48 doenças nas crianças que acabaram de nascer.

É importante que o teste seja realizado pelo menos dois dias após o nascimento e antes que o bebê saía da maternidade, por volta do quinto dia de vida. Nesse intervalo, o organismo do bebê vai se estabelecendo, sendo possível detectar as doenças, principalmente, a fenilcetonúria, que é diagnosticada após o bebê fazer a digestão do leite materno ou da fórmula infantil. Vale ressaltar que os bebês prematuros devem voltar ao hospital após 30 dias para uma nova etapa de exames.

De acordo com pediatras, o diagnóstico precoce é fundamental para que o tratamento adequado comece desde, evitando consequências graves no futuro da criança.

Como é feito o teste do pezinho

Você não precisa ficar tensa pelo seu filho. O exame é feito no calcanhar, local que, além de ter boa irrigação sanguínea, causa menos dor no pequeno. Após a coleta, o sangue é colocado em um mata-borrão e encaminhado para o laboratório. O resultado pode demorar até 30 dias para ficar pronto e é importante que os pais se informem no centro de coleta como ter acesso a ele. Caso haja alguma alteração, uma nova coleta deverá ser feita imediatamente para confirmar o diagnóstico e iniciar o tratamento.

Principais doenças detectadas no teste do pezinho

Fenilcetonúria

A fenilcetonúria é uma doença congênita que impede o sistema digestivo do bebê de processar a fenilalanina, proteína presente em alimentos como os ovos e a carne. Quando não digerida, pode se tornar um perigo para o organismo da criança, afetando seu desenvolvimento neurológico.

Hipotireoidismo congênito

O hipotireoidismo congênito é uma doença que compromete a produção de hormônios pela tireoide, o que pode afetar o crescimento do bebê e provocar retardo mental.

Anemia falciforme

A anemia falciforme é um problema genético que altera a forma dos glóbulos vermelhos, reduzindo a capacidade do sangue de transportar oxigênio para outras partes do corpo. Pode atrasar o desenvolvimento de alguns órgãos.

Hiperplasia adrenal congênita

A hiperplasia adrenal congênita faz com que a criança produza alguns hormônios em excesso e deixe de produzir outros, o que acarretando em crescimento excessivo, puberdade precoce ou outros problemas físicos.

Fibrose cística

A doença faz com que o organismo do recém-nascido produz altas quantidades de muco, comprometendo o sistema respiratório e afetando também o pâncreas.

Deficiência biotinidase

A deficiência de biotinidase é um problema congênito que incapacita o organismo de reciclar a biotina, vitamina que garante a saúde do sistema nervoso da criança. Bebês que sofrem com esta doença podem apresentar convulsões, falta de coordenação motora, atraso no desenvolvimento e queda de cabelo.