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Tecnologia para crianças

É cada vez maior o número de crianças que usam celulares, computadores e tablets para ter acesso a informações, jogos ou redes sociais. Algumas chegam até ensinar aos pais a manusear esses equipamentos. Integrantes de uma geração em que a tecnologia faz parte do cotidiano, essas crianças acabam desenvolvendo mais rapidamente algumas de suas habilidades motoras e de raciocínio.

Mas, se desfrutam desses benefícios, também ficam expostas a alguns riscos, que preocupam os pais. Para a neuropsicóloga e pedagoga Denise Milani, esses equipamentos ajudam a desenvolver habilidades cognitivas, como a atenção focada, a atenção dividida, a atenção alternada, a velocidade de processamento e o uso de estratégias.

Em sua opinião, os pais só precisam se preocupar se notarem que os filhos estão muito focados nesse tipo de entretenimento e deixarem de passear e brincar com os colegas. “Algumas crianças ficam viciadas em jogos, sempre querendo melhorar o seu desempenho. Só que muitos desses jogos têm conteúdo agressivo e violento, principalmente para os adolescentes. Já nas crianças menores, o risco maior é o afastamento da vida social, comportamento que se agrava na adolescência. Por isso, é fundamental o papel dos pais, impondo limites ao uso dos aparatos eletrônicos”, afirma Denise

A hora de ficar off-line

O pedagogo Júnior Silveira, da Planeta Educação, concorda com Denise e afirma que a tecnologia não pode tomar o lugar dos pais na vida das crianças. Em sua opinião, o que existe hoje é o mau uso do computador e do tablet, da mesma forma que se faz mau uso da TV, permitindo que ela se transforme em babá dos pequenos.

“Os pais se acomodam ao ver que o filho, entretido, se afasta. Não vigiam o conteúdo, dão liberdade excessiva e ainda se distanciam afetivamente”, explica Silveira. Segundo ele, as atividades feitas no computador ajudam na alfabetização, no desenvolvimento do raciocínio lógico, na identificação linguística (no jeito com que se fala e no jeito com que se escreve) e nas habilidades motoras.

Os cuidados só precisam existir, a seu ver, quando se trata de controlar as horas dedicadas às atividades online. “Alguma coisa está errada se a criança só quer usar o computador, se está mais agressiva e antissocial. Aí é o caso de reavaliar o uso desses equipamentos”, afirma. Ele reconhece, no entanto, que a tecnologia provoca uma motivação muito grande nos pequenos. No trabalho que faz como coordenador pedagógico do programa de Cinema e Educação do município de Votorantim, interior de São Paulo, Júnior promove oficinas para as crianças aprenderem a usar câmeras de celulares e máquinas fotográficas. “Temos outras atividades, como artes circenses, mas tudo que envolve tecnologia tem um apelo maior”, conclui.

Pais sempre alerta

Para os pais que se preocupam com o uso da tecnologia, não há alternativa senão o acompanhamento constante. É o caso da jornalista Camila Crepaldi, de 29 anos, mãe de Pedro, de seis anos. Como ele adora os jogos em celular ou computador e o videogame, ela impõe horário e controla os sites visitados.

“Eu me preocupo porque ele é ligado em tecnologia; quando está no computador, sempre estou do lado.

Ele gosta muito dos jogos do site Pinguim, no qual o cadastro é feito pelos pais, e dos sites de colorir online. O videogame, costuma jogá-lo com o pai, à noite, mas nós evitamos jogos violentos”, explica.

Já o hoteleiro André Couto Garcia, de 35 anos, pai de Lua, de nove anos, e de Lara, que completa dois anos em janeiro, diz conversar muito com a filha maior sobre o uso do computador.

“Hoje, a Lua usa internet e tem um tablet porque pediu de aniversário. Foi um desejo dela para ter acesso aos jogos e à internet e algumas vezes usar o Skype para falar com a amiga que mora na Argentina. Eu monitoro os sites acessados. Vejo sempre o histórico e as conversas dela com as amigas”, afirma.

Mas, sobre como será o comportamento da filha menor com a tecnologia, ele não arrisca palpites. “Tudo muda tão rápido, que não dá para saber que tipos de equipamento e recursos ela terá dentro de alguns anos”, conclui.

Baixe aplicativos para crianças

Uma boa saída é os pais baixarem aplicativos em seus computadores, smartphones e tablets, para brincar com seus filhos. Na hora de procurar os jogos, é preferível escolher aqueles que exigem aptidões adequadas para cada idade: uma criança de dois anos, por exemplo, precisa desenvolver habilidades motoras, enquanto que uma de quatro anos prefere as brincadeiras de construção. Conheça os aplicativos mais adequados para cada faixa etária:

Menos de 1 ano
Galinha Pintadinha
Pocoyo TV

A partir de 1 ano
SketchBook Express
Talking Tom Cat
Disneyland Explorer

A partir de 2 anos
Abelhas Estressadas
Talking Pocoyo

A partir de 4 anos
O Verdureiro – Puzzle
Where Is My Perry?

A partir de 7 anos
ChocoLapps