Saiba como amenizar os enjoos da gravidez
O enjoo é o primeiro sintoma que faz com que as mulheres desconfiem que estão grávidas, principalmente quando a gestação ainda está começando. Mesmo antes da descoberta dessa surpresa, os vômitos e náuseas incomodam muito as futuras mamães, principalmente as que estão acostumadas a manter uma rotina ativa.
Mais de 70% das mulheres sentem enjoos, principalmente nos três primeiros meses de gestação, mas eles variam de gestante para gestante, tanto que algumas mulheres não sentem nenhum tipo de incômodo durante os nove meses da gravidez. A principal causa desse sintoma são os níveis hormonais presentes no corpo da mulher, que sofrem alterações durante o primeiro trimestre: a progesterona deixa o estômago mais preguiçoso, retardando o processo de digestão, o que faz com que o alimento demore a chegar ao intestino, provocando as náuseas e vômitos. Fatores como baixo nível de açúcar no sangue, maior quantidade de ácido estomacal, tensão e fadiga também podem contribuir para o aumento dos enjoos.
A época mais acentuada dos enjoos acontece entre a 6ª e a 12ª semana de gestação, e, após esse período, costuma haver uma melhora na condição. Geralmente, as gestantes ficam mais sensíveis ao acordar e durante as refeições, pois suas papilas gustativas ficam mais inchadas e sensíveis ao paladar e ao cheiro, o que provoca uma aversão a certos alimentos, seguido de uma vontade de vomitar. Outro sintoma comum nesse período da gestação é a azia, agravada pelo consumo de bebidas gasosas, alimentos gordurosos ou muito condimentados e refeições pesadas.
Aliviando os enjoos
Apesar de não ser possível eliminar totalmente os enjoos, pelo menos nos três primeiros meses de gestação, a futura mamãe pode usar de algumas dicas para aliviar a situação e manter a rotina normalmente.
A dica da maioria dos médicos é sempre manter uma bolacha de água e sal por perto, pois ela tem carboidratos suaves e fáceis de serem ingeridos. Outros alimentos que podem auxiliar as futuras mamães a aliviarem os enjoos são aqueles com aroma e sabores ácidos e azedos, como o limão e a laranja, desde que o cheiro não incomode. Os chás herbáceos, como os de camomila, menta ou folhas de framboesa também são ótimos para combater as náuseas, pois ajudam na digestão.
É pela manhã que a maioria das futuras mamães se sente mal, acordando já enjoada. Ao sentir enjoos pela manhã a dica é comer uma ou duas bolachas de água e sal para melhorar os sintomas. Os alimentos ricos em carboidratos ou frutas também podem amenizar os enjoos durante o dia.
Entretanto, os enjoos também podem acontecer pela tarde ou pela noite, mas a situação é comum e são raros os casos em que haja prejuízos para o bebê. O mais importante é não passar muitas horas de estômago vazio, evitando o aumento da produção de ácidos no estômago. Ao comer durante o almoço ou o jantar, a mamães deve optar por pequenas porções de alimentos não muito gordurosos ou fritos, escolhendo aqueles que são cozidos, assados, ou grelhados, já que o estômago cheio também pode levar ao enjoo por causa da demora em completar a digestão. Outra dica que pode ser tornar uma ótima aliada das futuras mamães na hora de se alimentar é anotar os odores e alimentos que a deixam enjoada e evitá-los.
A hidratação também é fundamental para que os sintomas de enjoo sejam aliviados, mas algumas vezes até mesmo a água pode provocar náuseas! Nesse caso, a gestante pode experimentar colocar uma fatia de limão no copo de água.
Os efeitos do gengibre no alívio dos enjoos
Nos tempos da vovó, acreditava-se que o gengibre era uma substância abortiva, mito que foi desmentido pelas pesquisas científicas recentes. Por isso, as mulheres que possuem o hábito de chupar bala de gengibre e continuam fazendo isso na gravidez têm menos enjoos, quando comparadas com aquelas que não fazem isso. No entanto, é importante levar em conta a concentração de gengibre em cada produto, pois doses muito altas não são recomendadas para gestantes. Além disso, muitos ginecologistas e obstetras alertam para que as gestantes tenham cautela com o extrato de gengibre.
Recentemente a Febrasgo (Federação Brasileira de Associações de Ginecologia e Obstetrícia) divulgou uma normativa, baseada em pesquisas científicas, sobre um tratamento para gestantes contra enjoos. A recomendação oficial prevê a adoção da prescrição de piridoxina com extrato de gengibre, combinação que não apresenta risco para a gestante nem para o bebê. No entanto, o tratamento só pode ser indicado por um obstetra.
A pirodoxina age no sistema nervoso central da futura mamãe, estabilizando e neutralizando os efeitos dos neurotransmissores responsáveis pelos enjoos. O gengibre atua nessa mesma área do cérebro, auxiliando a combater as náuseas e vômitos das gestantes que possuem muita salivação.
Se a gestante estiver se sentindo muito desconfortável, é importante que ela procure o seu médico o mais rápido possível. Isso porque, o quanto antes o médico começar o tratamento, maior será o sucesso. A pirodixina é a primeira alternativa para quando a gestante começa a sentir enjoos, se o quadro estiver avançado, esse tipo de tratamento não terá efeito. Como não existe nenhum tipo de contraindicação para esse tratamento e por não apresentar nenhum efeito colateral para a mamãe ou para o bebê, ele é considerado a primeira escolha dos especialistas.