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Saiba as diferenças entre parto normal e a cesárea

 

As imagens ou cenas antigas que retratam o momento do parto mostram, na maioria das vezes, a mulher sofrendo, entre contrações e dores, até ter nos braços seu bebezinho chorando. Hoje em dia, principalmente nos grandes centros do país, essa cena pode ser completamente transformada e, de acordo com a saúde da mulher, é possível ela escolher entre o parto normal e cesárea. "Os avanços, tanto para os partos normais como para as cesarianas, são muitos nos dias atuais", afirma Adriana B. Campaner, ginecologista e obstetra da Santa Casa de São Paulo.

De acordo com a médica, o desenvolvimento de cada caso e as condições gerais da mãe e do bebê são fundamentais para a escolha do parto. "Existem situações em que a cesárea é necessária, como nos casos de descolamento prematuro de placenta ou de placenta prévia - quando a mesma está localizada na frente do colo do útero. A cesárea também é indicada quando a gestante apresenta problemas de dilatação, tem hipertensão arterial, já passou por duas ou mais cesarianas - quando há risco de rompimento do útero -, entre outros", explica.

A ginecologista ressalta que a grávida precisa conhecer as diferenças entre parto normal e cesárea. Ela deve estar informada e orientada por um médico para escolher a melhor maneira de dar à luz. "O parto normal apresenta recuperação muito mais rápida, mas a mulher corre o risco de ter flacidez na musculatura do períneo. Já a cesárea, possibilita que a família programe a hora da chegada do bebê, mas há o risco de infecção cirúrgica, por exemplo." A médica aponta um dado interessante: em hospitais públicos, 30 a 40% dos partos são cesáreas; em maternidades particulares, esse número sobe para 80% dos casos.

"A maioria das mães com poder aquisitivo mais alto querem programar a data de nascimento do bebê e driblar a dores do parto normal", afirma Adriana.

parto normal é reconhecido por médicos como o mais natural e menos invasivo, pois acontece na hora exata einconvenientes dores podem ser amenizadas m que mãe e filho estão preparados e, atualmente, as por meio de anestesia. "Hoje, aplica-se uma anestesia especial que não impede as contrações. Além disso, os obstetras costumam fazer a episiotomia - corte na lateral da vagina, que amplia a passagem do bebê", diz a médica. Vale lembrar, que um trabalho de parto normal pode demorar até 12 horas para ser finalizado.

A médica percebe que ocorre um resgate dos partos mais naturais, mas alerta para que as mulheres não deixem de se preocupar com a estrutura que as cerca. "Muitas mães optam por partos naturais, de cócoras, dentro d’ água ou até mesmo em casas de parto. Essas alternativas são benéficas, desde que haja permissão médica e atendimento adequado para qualquer emergência".

Entre as vantagens da cirurgia cesariana, está o controle maior de todo o processo de parto, o que permite intervenções médicas mais rápidas. O incômodo está no pós-parto, já que o período de recuperação e cicatrização pode durar de uma semana a dez dias. A anestesia usada ultimamente retarda as dores pós-operatórias por até dois dias.

Para amenizar o inconveniente, existe também uma nova técnica cirúrgica conhecida por Cesárea Minimamente Invasiva. O novo procedimento foi criado em Israel e tem intuito de diminuir o trauma ocorrido com a abertura de sete camadas de tecido abdominal para a saída do bebê. Desta forma, o médico consegue realizar o parto com aberturas menores, o que facilita a recuperação da mulher. Segundo o pediatra homeopata, Antonio Miguel Zarvos, o bebê terá vida tranquila e saudável, independentemente do tipo parto, se o procedimento for bem feito.

Caso a mulher possa escolher o tipo de parto, o médico prefere o normal, pois acredita ser o mais apropriado para a mulher e a criança. "A cesariana é indicada em casos de necessidade médica. Se a mãe estiver com boa saúde e acompanhada pelo médico, o parto normal é sempre indicado." Zarvos defende o método como o mais correto, já que, como o próprio nome diz, é natural. A mulher é preparada fisicamente e psicologicamente para aquele momento. No caso do bebê, o ato de ser expelido de forma natural proporciona uma massagem nos órgãos internos, que serve para limpeza dos mesmos.

A escolha entre parto normal e cesárea pode ser complicada, mas os médicos garantem que o mais importante nesse momento é haver interação e confiança entre a gestante e o médico. "O diálogo aberto é a atitude mais apropriada para ambos, já que o médico precisa conhecer completamente o estado da gestante, e esta precisa confiar na indicação do profissional ou ser orientada para realizar a melhor escolha", conclui o pediatra.