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Prótese de silicone

Modismos à parte, é importante que a mulher entre em contato com algumas informações, principalmente as mamães, que poderão ter dúvidas em relação à amamentação. Contudo, os especialistas parecem ser unânimes em suas conclusões, alheias a qualquer polêmica: é a mulher quem decide, não importa o motivo.

Para o mastologista Dr. Pedro Aurélio Ormonde Do Carmo, diretor do Hospital do Câncer III, órgão ligado ao Instituto Nacional do Câncer, situado no Rio de Janeiro, toda mulher que pretende realizar uma cirurgia para inserção de prótese mamária deve antes passar pelo "crivo" de um especialista em mama, que irá pedir uma série de exames preventivos: "é preciso afastar qualquer risco de doença antes da cirurgia".

Segundo Do Carmo, a prótese de silicone ou de outra substância, prejudica a realização de uma mamografia: "isso não quer dizer que o exame produza resultados pouco confiáveis ou não possa ser executado", esclarece. O mastologista completa dizendo que, de qualquer forma, existem outros meios complementares e eficientes para a detecção de indícios tumorais, como a ressonância magnética, por exemplo.

Ainda de acordo com informações do especialista do Instituto Nacional do Câncer, a prótese mamária só prejudica a amamentação se for colocada de forma errada: "normalmente os médicos procuram usar técnicas que não prejudiquem a lactação", conclui.

Da mesma opinião é o Dr. Maurício Magalhães Costa, mestre e doutor em ginecologia pela UFRJ e presidente do departamento de educação comunitária da Sociedade Brasileira de Mastologia: "a prótese mamária dificulta, mas não impede a realização da mamografia. Por este motivo é muito importante que se faça tal exame antes do implante", completa. As próteses mamárias são colocadas atrás da glândula mamária, ou seja, não alteram o sistema de ductos e por consequência a amamentação ocorre normalmente, informa o médico. Ele acrescenta que a prótese pode apresentar alguns riscos imediatos e outros a longo prazo: "precocemente pode haver infecção ou mesmo rejeição, mas são situações extremamente raras e podem ser prevenidas a contento", enfatiza o catedrático.

Ainda de acordo com o presidente da Sociedade Brasileira de Mastologia, o implante de prótese é um procedimento médico seguro que não acarreta riscos a longo prazo de doenças sistêmicas, como especulou-se no passado. "A questão estética é muito individual e deve prevalecer o bom senso. A reversão da cirurgia é possível e geralmente produz resultados satisfatórios", reflete.

O Presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, Dr. Luiz Carlos Garcia, afirma que o silicone, quando em prótese (encapsulado), é "totalmente seguro". Para ele, a mulher deve ficar tranquila: "tal prótese só corre o risco de rompimento quando tem uma vida útil superior a dez anos. Mesmo nesse caso é muito difícil o material se espalhar pelo corpo, pois o próprio organismo produz outra cápsula "natural", de tecido fibroso, que isola qualquer "elemento estranho".

Dr. Luiz diz que hoje em dia são usadas, basicamente, duas formas de substâncias para a produção de uma prótese mamária: a texturizada e a revestida de poliuretano, ambas com 2% de risco de contratura (endurecimento): "antigamente, quando era usada a de silicone lisa, o risco de contratura chegava a 40%".

A contratura - quando a cápsula de fibrose retrai - prejudica bastante a realização de uma mamografia, mas isso é compensado com exames de alta resolução e, em especial, a "manobra de William Eklund", que diminui sensivelmente a imagem do falso negativo, ou seja, exames com resultado equivocado.

Garcia acredita ser muito importante um completo check-up antes desse procedimento cirúrgico, como exames de avaliação da mama, ginecológicos, e, dependendo da idade e das condições da paciente, exames cardíacos e sanguíneos (de vários tipos) que compõem uma profunda avaliação antes da cirurgia em si.

Ele também recomenda às pacientes que irão fazer a cirurgia plástica a partir de uma anestesia local ou geral, que no pré-operatório executem uma avaliação pré-anestésica com um especialista. O médico também concorda que a prótese não prejudica a amamentação, pois é colocada por trás da glândula mamária ou músculo específico: "a função das glândulas mamárias fica preservada", diz. No entanto o especialista observa que, após a amamentação, e em casos de já existir a prótese, os seios tendem a aumentar sensivelmente, distendendo a pele. Quando o órgão diminui naturalmente de volume, pode ocorrer flacidez: "nesses casos, se a paciente achar necessário, pode-se fazer um retoque, um procedimento muito simples", completando que nesses casos a substituição da prótese, a não ser que ela já tenha mais de 10 anos, é completamente desnecessária.

O Dr. Luiz Carlos Garcia ainda lembra que no caso de redução dos seios, a não ser em situações em que a mama seja excessivamente grande, a função glandular da lactação e a sensibilidade dos mamilos são plenamente respeitadas.