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Problemas de visão na infância

A visão da criança se forma até os 7 anos de idade. Erros de refração ou patologias do globo ocular, caso não sejam tratados adequadamente, antes deste período, não haverá óculos, lente de contato ou cirurgia com as mais modernas técnicas que consigam devolver a visão. Seria ideal que todas as crianças fizessem exame oftalmológico nos primeiros meses de vida (não esquecer, neste grupo, os prematuros, que fizeram uso de oxigênio para prevenção da retinopatia da prematuridade) no sentido de afastar catarata congênita ou outra alteração fundoscópica.

Outro exame deveria ser feito aos três anos para detecção de estrabismo ou erros de refração, ambos passíveis de serem corrigidos com óculos. Quando deparamos com uma criança estrábica depois dos seis meses de vida (período em que se considera aceitável a presença do estrabismo como imaturidade do sistema nervoso central), devemos encaminhá-la o mais rápido possível ao oftalmologista para que ele realize os exames necessários pois, se esse procedimento não é realizado, a criança poderá desenvolver ambliopia no futuro (olho preguiçoso).

Há alguns sinais e sintomas apresentados pelas crianças que poderiam alertar os pais para um possível problema de visão. Os mais comuns são: olhos vermelhos e constantemente irritados, prurido, visão ruim (tipicamente reconhecida pelo fato da criança ver TV de muito perto), estrabismo, mau rendimento escolar e em atividades em geral, bem como desatenção e desinteresse, agitação ou sonolência, cefaleia e fotofobia. Assim, qualquer criança que apresentar alguns desses sintomas, deverá ser examinada pelo especialista, e o tratamento, se necessário, ser realizado imediatamente para encontrar a solução para o problema oftalmológico.

Alguém sabiamente já disse que a visão é o mais nobre sentido do ser humano, com o qual recebemos mais da metade das informações do mundo exterior. Portanto, nada mais lógico que dela cuidemos.

Os problemas de visão entre as crianças são comuns e podem ser identificados pelas mães, pelas professoras e pelos pediatras, nas consultas de rotina. As causas mais comuns de problemas oftalmológicos são as conjuntivites (secreções oculares amareladas que vêm, frequentemente, associadas aos resfriados), a miopia (a criança não consegue ver os objetos distantes), a hipermetropia (o contrário da miopia, a criança não enxerga de perto), o astigmatismo (defeito na curvatura da córnea, exigindo maior esforço da musculatura ocular que, embora possa ser um achado isolado, está frequentemente associado à miopia ou à hipermetropia), o estrabismo (desvio do globo ocular para dentro ou para fora, também chamado de vesguice), a catarata unilateral ou bilateral (opacificação do cristalino, reconhecida pelo reflexo prateado das pupilas); os escolares rotulados de preguiçosos e vadios são, muitas vezes, portadores de algum problema oftalmológico.

Corrigido o defeito, voltam a apresentar um bom rendimento escolar. Existe um consenso de que todas as crianças devam se submeter a um exame oftalmológico de rotina antes de entrar para a escola. Como determinados problemas oftalmológicos podem estar presentes desde o nascimento, muitos oftalmologistas recomendam que esse exame seja realizado a partir do primeiro ano de vida.

Dr. Manuel Naves