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Problemas com a hipertensão na gravidez

Além de fazer crescer a barriguinha, a gravidez provoca mudanças no corpo da mulher. Uma das primeiras e mais importantes é o aumento de até 50% no volume sanguíneo, que exige do organismo adaptação à novidade, dilatando os vasos. Porém, alguns problemas com a pressão arterial, como a hipertensão podem surgir nesta caminhada. "De uma forma maravilhosa, o corpo da mulher se prepara para oferecer o melhor ambiente ao desenvolvimento do bebê. Mas alguns contratempos, como a hipertensão ocorrem e a melhor forma de prevenção é um bom acompanhamento pré-natal", afirma o ginecologista e obstetra Franco Chazan.

Entre os problemas de pressão artertial, a hipertensão é uma das consequências mais comuns. Ela acomete cerca de 10% das gestações, em especial as mulheres que esperam o primeiro filho, possuem menos de 19 anos ou têm mais de 35. Fatores como sobrepeso, alimentação incorreta, estresse e descanso inadequado podem levar à hipertensão.

Pré-eclampsia e eclampsia

As causas deste problema não são cientificamente conhecidas, mas sabe-se que o histórico familiar e um cotidiano estressante contribuem para o surgimento pré-eclampsia e eclampsia. "O estresse sempre está associado, mas não é possível colocá-lo como uma causa única da doença", complementa Chazan. A pré-eclampsia normalmente se manifesta entre o quarto e quinto mês de gravidez e tem como sintomas o inchaço no corpo, aumento de peso acima dos padrões para o período, dores de cabeça frequentes e perda de proteína pela urina, que passa a produzir mais espuma. Entretanto, nem sempre os indícios são visíveis, o que reforça a necessidade de acompanhamento constante pelo ginecologista.

Em graus avançados, a pré-eclampsia gera dores de cabeça e de estômago e embaralha a visão. Este estado é sinal de evolução do quadro para a eclampsia, quando ocorrem convulsões e até coma, condição na qual pode ser preciso interromper a gravidez. Mas com socorro imediato e uma boa resposta da gestante aos medicamentos é possível manter a gestação. "Apenas 5% das gestantes precisam ter a gravidez interrompida", afirma o ginecologista e obstetra Antonio Manzan ao reforçar que o acompanhamento adequado é capaz de evitar até desenvolvimento de pré-eclampsia. Já os remédios controladores de pressão arterial são prescritos em casos mais graves ou crônicos. Eles são os principais aliados no combate à pré-eclampsia e eclampsia.

Síndrome de Hellp e hipotensão

A hipertensão pode levar algumas mulheres à Síndrome de Hellp. A doença é caracterizada por anemia, aumento do nível de enzimas produzidas pelo fígado e redução na contagem de plaquetas, responsáveis pelo processo de coagulação. Nestes casos, a futura mamãe sentirá náuseas e dores de cabeça e na região do fígado. Sangramentos nas gengivas e o surgimento de hematomas também podem ser sinais da Síndrome.

Quando tratada, a doença não tem consequências para o desenvolvimento da criança. Em casos mais graves, porém, pode causar a redução na circulação de sangue, levando à menor oxigenação do organismo da criança e gerando consequências como distúrbios de aprendizagem. Quadros avançados de Hellp, às vezes, requerem interrupção da gravidez - como quando a mãe apresenta insuficiência renal. Mas ocorrências como estas são raras e acontecem somente quando não há resposta alguma do organismo aos medicamentos. 

De acordo com diversos estudos, a Síndrome de Hellp acomete apenas 8% das gestações e é facilmente evitada com acompanhamento adequado. 

Durante a gravidez, a gestante também pode passar por quadros de hipotensão, a pressão baixa. Segundo Antonio Manzan, as quedas da pressão arterial são facilmente controláveis e não trazem malefício algum à saúde do feto. "Essa condição causa tonturas, mal-estar geral e indisposição, mas é facilmente contornada com dieta baseada em líquidos e proteínas", afirma o ginecologista, que também recomenda repouso absoluto. "Dificilmente é necessária a administração de medicamentos nestes casos", conclui Manzan.

 Busca do equilíbrio

 

O acompanhamento da mulher que pretende ter filhos deve ser iniciado cedo. Atrasos da menstruação e outros indícios de gravidez precisam ser acompanhados pelo ginecologista e, se a gravidez for confirmada, as visitas ao doutor se intensificam. "O pré-natal deve ser rigoroso, os exames precisam estar em dia e a medicação receitada seguida à risca", diz Manzan. O médico chama atenção para os cuidados com a alimentação.

Em todas as fases da gravidez devem ser evitadas comidas muito condimentadas, salgadas e frituras pois favorecem a hipertensão. O consumo de cigarro e de bebidas alcoólicas precisa ser abolido. O álcool costuma comprometer a eficácia dos medicamentos. Em casos de alterações bruscas da pressão arterial, o mais indicado é seguir para o hospital ou solicitar auxílio médico.

Com o aval do obstetra e a partir do terceiro mês de gestação, exercícios físicos moderados são benéficos. Os médicos indicam atividades de baixo impacto, como caminhada e hidroginástica. Algumas academias têm programas especializados para grávidas, mas o ideal é que a atividade seja avalizada pelo médico. 

As futuras mamães devem passar por avaliação profissional antes de iniciarem a malhação. "O pré-natal cuidadoso pode impedir o surgimento de doenças, como hipertensão, por exemplo, possibilita o diagnóstico, tratamentos e até os modos de prevenção mais assertivos", diz o doutor Franco Chazan. Ele evidencia que o bom relacionamento entre médico e paciente também é importante. "Ele traz tranquilidade à paciente, seja a gestação de risco ou não. Toda grávida merece atenção especial", completa. 

Para quem pensa em engravidar, os ginecologistas ainda sugerem fortalecer o organismo, e o ácido fólico, também conhecido como complexo B, é um aliado. Ele auxilia o organismo a se adaptar à nova fase. 

Os cuidados com a pressão arterial fazem parte da vida da cabeleireira Regiane Cardoso Freitas desde seus 16 anos. Hoje, aos 30, ela evita sal, gordura e privilegia uma alimentação rica em fibras e alimentos saudáveis. Ao engravidar, em 2005, ela redobrou a atenção, monitorando atentamente o nível de sua pressão. "Meu médico receitou controladores de pressão indicados para utilização durante a gravidez.Também tomei todas as vitaminas recomendadas para gestantes", conta.

O ginecologista de Regiane recomendou que ela comparecesse ao consultório a cada duas semanas. "Não foi um sacrifício. Sempre tomei cuidado, pois o problema me acompanhava desde a adolescência. Fiquei mais preocupada, claro, mas não foi complicado", diz a cabeleireira. Segundo Regiane, o mais complicado foi controlar os desejos comuns à gravidez, mas ela se conteve.

A recompensa de Regiane foi passar uma gravidez tranquila e ter engordado apenas nove quilos. Sua maior apreensão ocorreu uma semana antes do parto. Regiane sentiu-se mal e foi levada para o hospital. Lá, os médicos constataram pressão arterial acima do normal e seu ginecologista optou pela cesariana. "Como a gravidez foi tranquila desde o início, o médico decidiu evitar qualquer imprevisto",conclui. Para ela, mudar algumas rotinas pode até parecer difícil, mas passar uma gestação saudável e ter um bebê com saúde compensa o esforço.

Durante a gestação é importante a futura mamãe cuidar da saúde e da alimentação, mas também é necessário buscar informações sobre as mudanças que o corpo passará e  como é o desenvolvimento do bebê ao longo dos nove meses, para ajudar, a Alô Bebê oferece a ferramenta Gravidez semana a semana.