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Praticar exercícios físicos na gravidez

Especialmente para as mulheres, que enfrentam toda sorte de mudanças hormonais de forma mais intensa que os homens, se exercitar é palavra de ordem. Mas, atenção! A atividade física escolhida não deve ser realizada sem prazer, sob pena de os resultados não serem os desejados.

Praticar exercícios físicos na gravidez

Na última década as restrições à prática de atividades físicas pelas gestantes foram sendo substituídas pela oferta de várias modalidades de exercícios físicos. Com o acompanhamento de um profissional, é possível praticar exercícios físicos durante quase toda a gravidez. "Os exercícios físicos dirigidos, como musculação e hidroginástica são os mais indicados", diz o personal trainer Cassius Capraro, especialista em condicionamento físico com peso.

Nessas atividades, argumenta, particulariza-se o aluno e modifica-se o tipo de exercício, uso de aparelhos e quantidade de peso de acordo com o período de gestação. Já na hidroginástica, a água diminui o peso à metade, reduzindo sensivelmente o impacto. Apesar de não descartar a prática de caminhadas, o personal trainer observa que podem ser desconfortáveis com o ganho de peso.

E após o nascimento do bebê, lembra Capraro, a recuperação muscular é bem mais rápida que nas mamães que não praticaram exercícios físicos. Aquelas que fazem musculação, diz, têm uma facilidade bem maior para perder peso, definir o abdômen e manter a postura correta.

O que aparece no espelho

Mas, ao contrário do que se pensa, não é exatamente a busca de uma qualidade de vida melhor o que leva mulheres de todas as idades a se preocuparem com o exercício físico regular. Quando o que se vê no espelho não agrada, impõe-se uma tentativa de recuperar a autoestima. "Acredito que há mais demanda psicológica que estética", assinala o personal trainer.

Ele reforça seu argumento, lembrando que na faixa etária entre os 30 e 40 anos, quando começam a ocorrer perda óssea e queda hormonal, cai o número de frequentadoras de academias. Da pré-adolescência até os 30 anos, elas são bem mais presentes. "Talvez a carreira ou os filhos tomem mais tempo nessa época da vida das mulheres", sugere.

Em qualquer atividade física, diz Cassius Capraro - seja a musculação, exercícios aeróbicos, aulas de condicionamento, natação ou caminhadas - a fase de adaptação para as pessoas sedentárias varia entre quatro e seis semanas. Nessa fase, a atividade física deve ser praticada no mínimo duas vezes por semana, frequência ampliada para quatro vezes num nível intermediário de condicionamento físico.

Mais uma vez ele defende a prática da musculação, ao reforçar que uma aluna não é igual às outras e têm demandas específicas. "A musculação permite particularizar os objetivos, com orientações dirigidas para cada um."

Cuidado com os excessos de exercícios físicos

Enquanto algumas mulheres resistem à prática exercícios físicos regularmente, sempre com muitas razões para adiar a decisão, outras exageram na dose. "O professor está sempre administrando e segurando o ímpeto de algumas alunas", afirma o personal trainer. Segundo ele, é preciso lembrar sempre que "a atividade física não é para seis meses ou para o próximo verão, mas para a vida inteira". O excesso de exercícios físicos, diz, pode provocar fadiga e lesões musculares, estresse físico e psicológico, inclusive com regressões de ordem estética.

Vovós na academia

É crescente o número de alunas mais idosas nas academias, garante o especialista. Hidroginástica, alongamento, yoga são as práticas preferidas nessa faixa etária, mas também a musculação vem ganhando adeptas mais velhas, especialmente por assegurar, gradativamente, melhores formas de lidar com a osteoporose. O receio de discriminação por parte das pessoas mais jovens deixou de existir, assim como alguns tabus que não incentivavam a prática de atividades físicoas na terceira idade. "Essas alunas deixam bem claro que não se entregaram, se gostam e querem qualidade de vida plena."

*Dra. Monica Mlynarz
Terapeuta Individual e Familiar