Pelo fim da violência contra a mulher
A organização não-governamental Pró-Mulher - Família e Cidadania, com sede em São Paulo, é hoje uma das alternativas na luta pelo fim da violência contra a mulher. Fundada em 1977 por um grupo de mulheres, a ONG lidava então com questões abrangentes na luta contra preconceitos e discriminações.
Na prática, as preocupações referiam-se aos direitos femininos, suas condições de vida, saúde, reprodução e violência. Até 1992 a intervenção da entidade ocorria junto ao poder judiciário de maneira tradicional. Mas os resultados obtidos apontavam para uma evasão de 80% a 90% da clientela atendida, com o abandono de processos de separação em andamento e retirada de queixas.
Declaração pelo fim da violência contra a mulher
"Qualquer ato de violência baseada em gênero que resulta em sofrimento físico, sexual ou psicológico, incluindo ameaças destes tipos de violência, coerção ou privação de liberdade, seja no âmbito público ou privado." ONU - Organização das Nações Unidas
Dinâmica familiar
"Além disso, já havíamos coletado dados suficientes para concluir que a violência contra a mulher não era um problema exclusivo da mulher, mas atingia aspectos da dinâmica familiar social pouco ventilados. Numa família onde a violência é exercida pelo homem, seja contra sua mulher, seja contra seus filhos, iremos, inevitavelmente, nos deparar com graves prejuízos para todos os elementos da família, inclusive o próprio agressor", analisa Malvina Muszkat, psicanalista e presidente da Pró-Mulher desde 1994.
Segundo ela, estava claro que o arcabouço legal era insuficiente para transformar padrões de comportamento baseados nos usos e costumes de uma determinada família ou cultura. Diante dessa conclusão, a entidade decidiu abrir o atendimento e convocar os homens para participar de encontros. "O atendimento das partes em conjunto mostrou-se imediatamente mais eficiente", diz a presidente da ONG.
A partir daí, foi adotado um método de Mediação Familiar Interdisciplinar desenvolvido na Espanha e a nova situação de intervenção começou a ampliar a consciência dos clientes da entidade. "A mediação surge como uma alternativa que recusa o paradoxo do enfrentamento como única forma de resolução de conflito", afirma Malvina Muszkat.
Atuação ampliada
Uma equipe especializada, composta por psicólogos e advogados, atende mensalmente cerca de 50 famílias na sede da ONG. A capacitação dos profissionais que prestam atendimento às famílias é realizada pela própria entidade, através de oficinas de comunicação e solução de conflitos e discussão de situações.
O que cada homem pode fazer:
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Aprender sobre o problema. Já é tempo dos homens entenderem que "violência contra as mulheres não é sinal de força"
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Entender porque alguns homens são violentos. Os homens não são naturalmente violentos. Violência é uma coisa que se aprende. Portanto, homens não são naturalmente violentos com as mulheres.
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Não permanecer em silêncio. Silêncio é sinal de cumplicidade. Não se calar quando presenciam um ato de violência.
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Conscientizar-se como se relaciona com sua parceira (namorada, esposa, companheira). Violência e amor não andam juntos.
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Conhecer os lugares de apoio disponíveis para mulheres e homens em situações de violências.
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Usar um laço branco como sinal de seu compromisso pelo fim da violência contra as mulheres.
Outras informações: www.promulher.org