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O pai é o herói dos filhos

Ninguém nasce médico, engenheiro ou jornalista. Ninguém nasce pai ou mãe. Como uma profissão, o ato de educar exige aprendizado. Livros, sites ou revistas, são meios eficientes para aprender. E por mais que exista o instinto paternal, se informar é sempre a melhor solução para entender e administrar cada fase da vida do pequeno. Prestes a comemorar o primeiro Dia dos Pais ao lado da filha, Raquel, o designer Gabriel Souza já sente a responsabilidade em suas costas. “Não imaginava que ser pai era uma tarefa tão gratificante. Só tenho um medo: o de errar na educação da minha filha”,confessa.

Durante a gestação da mulher, Lucia, ele já lia livros sobre educação, entre eles “Pais brilhantes, professores fascinantes”, de Augusto Cury. Dos ensinamentos, Gabriel destaca a parte de que os pais não devem apenas corrigir erros, mas ensinar a pensar.

Na visão de Augusto Cury, ensinar é mais do que dar broncas: “Não seja um perito em criticar comportamentos inadequados, seja um perito em fazer seus filhos refletirem. As velhas broncas e os conhecidos sermões definitivamente não funcionam, só desgastam a relação”.

“Quando você abre a boca para repetir as mesmas coisas, detona um gatilho inconsciente que abre determinados arquivos da memória que contêm as velhas críticas. Seus filhos já saberão tudo o que você vai dizer. Eles se armarão e se defenderão”, complementa o autor. Educar é mais do que repetir palavras.

Seja o que você espera do seu filho

Acompanhar de perto a gestação ajuda o homem a assimilar melhor a nova função de pai. Embora, educar e disciplinar caiba tanto ao pai quanto à mãe, o homem tende a tomar atitudes mais severas por uma questão cultural, onde ele assume o papel de ser o mais firme. Castigos, broncas e palmadas nem sempre são o caminho.

“A maneira correta de impor limites aos filhos é um bom modelo de conduta. As crianças prestam bastante atenção na postura dos pais, daí a importância de conversar e explicar os valores da família”, explica a psicóloga infantil comportamental, Jéssica Fogaça. Estabelecer as consequências, caso as regras sejam descumpridas, e de fato, aplicá-las quando necessário, é fundamental para que os pais se tornem referência na vida dos pequenos.

Dentro de casa, o pai é visto como um herói pela criança. “Ele é o modelo masculino mais importante. Instintivamente, o pequeno se limita a comportamentos que agradem o pai”, afirma Fogaça. Para fazer desta relação algo saudável e proveitoso, o homem pode começar a descrever comportamentos adequados quando os realiza, garantindo que a criança perceba e repita aqueles atos. Elogiar atitudes corretas também ajuda nesta percepção.

Um espelho para a vida

Ao enxergar o pai como referência, a criança faz dele seu espelho, um modelo a ser seguido. Mesmo assim, o homem não precisa ser um eterno manual de regras, mas ensinar responsabilidades e estar presente com qualidade na vida do pequeno. Está aí um dos maiores desafios do mundo moderno, afinal, o tempo é praticamente um artigo de luxo. Como o adulto trabalha muito, as poucas horas dedicadas ao pequeno precisam ter qualidade.

“Esteja realmente presente, preste atenção nas atitudes deles. A criança percebe quando está lá só fisicamente, e não emocionalmente, e isso não faz sentido para ela”, afirma a especialista. O papai de primeira viagem, Gabriel, sabe muito bem disso. Quando chega em casa desliga os celulares e não entra na internet até Raquel pegar no sono. “Tenho consciência de que cada mês, cada fase dela é única, e não quero deixar de aproveitar, nem de participar de nenhuma delas”, resume.

Educar e distanciar são verbos contraditórios. Os pais brilhantes, de Augusto Cury, sabem ganhar primeiro o território da emoção, e depois o lado consciente. Quer surpreender seu filho? Fale coisas que ele não espera, reaja de modo diferente diante dos erros. Elogie quando esperam uma bronca, encoraje quando esperam uma reação agressiva, isso faz com que eles se encantem e o registrem com maior grandeza. A resposta de um pai é capaz de abalar qualquer alicerce.

Esse é o meu pai 

Antes mesmo de começar a falar sobre o pai, o inquieto Miguel Durso de Oliveira, de 4 anos, olha nos olhos de Leandro Durso, corre em sua direção, o abraça e diz: “eu te amo!”. “O papai é divertido, bonzinho, alto e tem óculos de vovôzinho. Eu sou o Power Ranger preto e meu pai o Capitão América, sem escudo”.

Com muito orgulho e sorriso nos lábios, Bruno Bonassi, de 10 anos, diz ver o pai Vagner Bonassi como seu Superman. “Ele é o melhor pai do mundo. Cuida muito bem de mim. Quero ser igual a ele, porque é legal e o trabalho dele também. E como todo mundo fala que o filho puxa o pai, então eu quero ser igual a ele mesmo”.

Keithleen Lopes, de 12 anos, é só elogios para o pai Antonio Lopes. “Como o Ben10, ele sempre encontra uma solução para enfrentar as situações e os problemas. É um homem muito bom, trabalhador, companheiro, e também brincalhão, mas às vezes é muito duro comigo.”, diz. Ainda assim, Keithleen confessa ter consciência de que essa atitude é necessária para a sua educação.

“Meu pai é o melhor do universo inteiro. Ele é o herói que todas as crianças queriam ter, porque faz de tudo o que uma criança precisa. Meu pai-herói”, orgulha-se Lucas Lemes, de 10 anos, ao falar sobre o pai João Gabriel Nazaret.