Natação para crianças
Prática social-esportiva que conta com unanimidade entre atletas, pediatras e educadores quanto aos benefícios que oferece, a natação é considerada um dos esportes mais completos. Seja por mexer com todo o corpo, pela quase ausência de impacto durante a atividade, pelas suas aplicações de caráter terapêutico e fisioterapêutico ou pelo simples prazer que proporciona, esse esporte também está entre os preferidos pela garotada de todas as idades.
Para o professor universitário e supervisor técnico do Clube Pinheiros, Alberto Bernardo Klar, os grandes benefícios da prática começam pela integração social que ela proporciona. Além de promover a saúde geral de bebês, crianças de todas as idades, pessoas portadoras de deficiências, jovens, adultos e idosos, a natação traz benefícios cardio-vasculares e fortalece os grupos musculares, sendo especialmente indicada para crianças que têm asma e bronquite. “O apelo é grande para a prática em qualquer idade”, assinala, observando que a natação é o único esporte que tem, em todo o mundo, quatro competidores com mais de 100 anos.
Quando começar
A idade certa para levar os baixinhos à piscina com alguma regularidade é uma questão cultural, diz Klar. Segundo ele, em alguns países europeus é comum que o processo de adaptação seja iniciado bem cedo, com seis semanas de vida. No Brasil, os bebês começam a frequentar escolas de natação com, em média, seis meses de idade, quase sempre acompanhados pela mãe durante as atividades na piscina.
Isso não impede, no entanto, que a adaptação possa ser iniciada antes. Na escola de natação Raquel, na Granja Viana, em São Paulo, bebês são admitidos a partir dos três meses de idade. Nas primeiras “aulas”, o que se vê é muita brincadeira com água no rosto e pequenas imersões. “As crianças se acostumam desde cedo ao contato com a água e, quando, aos poucos, aumentam o tempo, a distância e a profundidade, elas já não têm medo”, afirma a proprietária da escola, Raquel Stoiani.
Ela enfatiza que uma das razões que levam os pais a procurarem a atividade cada dia mais cedo é oferecer às crianças recursos para lidar com água e, consequentemente, maior segurança.
Na opinião de Klar, o aprendizado de fato é indiciado a partir dos seis anos de idade, quando a criança já tem 95% das estruturas cerebrais formadas. Para Raquel, o momento de introduzir os estilos depende do comportamento da própria criança e pode ocorrer antes. “É um processo lento e lúdico, que começa quando a criança está solta na água e já tem domínio sobre o espaço da piscina”, diz.
Cuidados importantes
O professor Klar alerta, entretanto, para alguns cuidados básicos antes de matricular as crianças numa escola de natação. Segundo ele, é importante conferir as condições de higiene e tratamento das piscinas, o que pode ser vendido através de exames bacteriológicos da água. Raquel chama a atenção para a adequação do espaço físico nas escolas voltadas para o público infantil, seja na oferta de piscinas com tamanho e profundidade diferenciados e em adaptações como degraus e barras de apoio nas laterais.
Ambos lembram, ainda, a necessária realização de uma avaliação médica antes do início da prática especialmente voltada para a investigação de eventuais problemas cardíacos.
A orientação por profissionais formados em educação física e com qualificação física e com qualificação específica para a natação é outro aspecto a ser observado. Em nenhum momento, avalia Klar, a atividade deve ser imposta às crianças. Quanto à frequência aconselhável para a prática regular do esporte, duas aulas semanais são o suficiente para garantir desenvolvimento e saúde aos pequenos. “Apenas uma vez por semana, ou 52 vezes por ano, já seria interessante”, observa o professor.
Depois de contabilizados os benefícios da atividade e observados os cuidados básicos antes de escolher o local ideal para a sua prática, é só consultar os baixinhos.