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Não, eu não quero comer!

A mãe prepara a comida com todo o carinho, coloca no prato e, na hora de o pequeno comer, ele dá poucas colheradas e recusa. As refeições na casa de algumas famílias com filhos pequenos se tornou um momento de impotência por parte dos pais, já que, por mais que façam, a criança não come!

“Com o Enzo é fácil, ele experimenta de tudo, mas com o Henry tenho que fazer malabarismos e contar histórias para fazê-lo experimentar comidas saudáveis”, diz a empresária Anaceli Rocio Vieira Artigas, mãe dos gêmeos de 5 anos. Na casa dela, Enzo é apaixonado por saladas, enquanto Henry adora comer ovo cozido com arroz.

Para ensinar a criança a entender certos valores é preciso, além de falar, dar o exemplo. Isso acontece com a alimentação. Como o pequeno vai entender que precisa comer tal alimento se o pai se recusa?

A culinarista e consultora em alimentação infantil Thais Ventura, mãe de Eduardo Soares Hernandez, o Dudu, de 2 anos, conta que todos comem a mesma comida em sua casa. “Nós temos que dar o exemplo. O meu marido não gosta muito de pratos saudáveis, mas pelo Dudu tem aceitado comer melhor. Dudu precisa nos ver comendo a mesma coisa que ele”, explica.

Thais reconhece ser rigorosa com a alimentação do filho. O pequeno não experimentava nada que não fosse saudável e, quando se recusava a comer, a mamãe tinha que redobrar a paciência. “Continuo oferecendo a comida como se nada estivesse acontecendo, por mais que ele coma só uma colherada. A única coisa que não faço é substituir refeições por outro tipo de alimento”, ensina. Outra boa dica é manter as refeições no horário habitual, mesmo que o pequeno não aceite.

Para Thais, os pais devem ter consciência de que são responsáveis pela alimentação dos filhos. E toda essa preocupação não é à toa. Especialistas alertam para os problemas provocados pela má alimentação, como anemias, colesterol alto, fraco desenvolvimento e obesidade.

Entender o que se come

Ter o conhecimento do que se come facilita a vida das crianças na hora de experimentar. Vale convidar o filho para ajudar no preparo dos alimentos e, sempre que possível, levá- lo à feira. Lá, fale os nomes das frutas, das verduras e dos legumes para o pequeno assimilar. “Faço questão de dizer o nome do que ele come. Por exemplo, brócolis ele sabe que é brócolis, e não uma arvorezinha”, explica Thais.

A mamãe Anaceli já identificou outro ponto importante na alimentação dos filhos: Henry olha e, se não gostar, não aceita. Já o irmão adere às novidades. “Henry é bem visual, se olhar a comida e não gostar, é complicado fazê-lo experimentar”, conta.

Confira algumas recomendações dadas pela consultora de alimentação infantil Thais Ventura para a criança aceitar novos alimentos:

• Fuja de tudo que não seja natural, coisas que vêm em latas, caixas e potinhos, principalmente nos primeiros anos de vida.

• O leite materno é o melhor aliado na alimentação até 1 ano de idade, depois outros tipos de comida devem ser introduzidos gradativamente. Cada bebê tem o seu tempo.

• Prefira alimentos saudáveis e faça com que as crianças se familiarizem com eles, dizendo os nomes e o sabor que cada um deles tem.

• Faça as refeições na mesa junto com a criança e coma o mesmo que ela.

• Mesmo que a criança coma apenas uma colherada, seja persistente, mas não force. No dia seguinte ofereça novamente, no mesmo horário.

• Não desista fácil de oferecer um tipo de alimento para o pequeno.