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Educação dos filhos: o que liberar na tv

 


 

 

Com o avanço tecnológico e a crescente violência, principalmente nas grandes cidades, é cada vez mais comum vermos crianças que passam grande parte do dia em frente à televisão, assistindo aos mais variados tipos de programas, nem sempre adequados à idade ou ao mundo infantil.

 

Segundo a psicóloga do centro educacional Acalanto, no Rio de Janeiro, Simone Maciel, cabe aos pais fazer uma triagem do que o filho pode ou não assistir. "Quem apresenta a televisão para a criança é a família, logo, ela é a responsável por oferecer programas que sejam educativos e construtivos para o pequeno telespectador".

Simone explica, ainda, que até os dois anos, em média, a criança não tem necessidade de televisão. "Até esta idade, os pequenos ainda não têm concentração para fixar atenção em programas televisivos. A descoberta de outras atividades é mais indicada nesta fase".

Os desenhos animados, que há alguns anos eram mais lúdicos e criativos, hoje ganharam versões mais violentas e com uso de recursos de alta tecnologia. "As crianças aprendem, cada vez mais cedo, a lidar com o computador e videogame. Os desenhos animados têm acompanhado esta tendência e, em alguns casos, também não são apropriados ao cotidiano infantil", diz Simone.

O tempo que a criança passa em frente à televisão também é um ponto que merece atenção familiar. A psicóloga Carolina de Alvarenga Sales explica que esta não pode ser a única atividade da garotada. "É importante que exista disciplina no cotidiano infantil, com horário estipulado para estudar, fazer atividades físicas, cursos complementares e brincar.

A televisão pode até ser parte do dia, mas não deve ser a atividade principal". Os pais que trabalham fora precisam deixar essas instruções claras para a pessoa responsável pelo filho. "A criança sedentária, que passa o dia vidrada na televisão, não tem a criatividade estimulada", alerta a psicóloga Carolina.

Porém, nem toda a programação veiculada na televisão é nociva aos pequenos. Existem programas que, inclusive, auxiliam no desenvolvimento da criança, como aqueles que estimulam a execução de experiências científicas ou a elaboração de receitas. Os pais devem incentivar e colocar em prática esse tipo de atividade. "A criança que aprende, por exemplo, uma receita de bolo na TV e, em seguida, vai para a cozinha, na companhia da mãe, e coloca esta receita em prática, vai incorporar este programa ao seu dia a dia. Provavelmente, ela terá interesse em aprender novas receitas", diz Carolina.

Exemplo tem que partir dos pais

Os pais são peças fundamentais na aceitação dos filhos por determinados programas. Se a criança insiste em ficar acordada até mais tarde ou assistir a programas destinados a adultos, os pais devem orientar, mostrar as vantagens na escolha da programação adequada e acompanhar os filhos.

"Não adianta o pai falar que não pode assistir à novela das oito e mandar o filho para o quarto, se a família inteira permanece na sala. A criança precisa de exemplos a seguir. Os pais devem abrir mão da televisão e convidar o filho a ler um livro ou montar um quebra-cabeça, por exemplo", ressalta a psicóloga Carolina.

O horário que a criança tem para assistir televisão também deve ser respeitado de acordo com a rotina. "Muitos pais querem compensar a culpa por passar pouco tempo com os filhos e deixam que eles fiquem acordados até muito tarde, acompanhando-os na frente da televisão. Se durante a semana o tempo é escasso, aproveite o fim de semana para passear ou brincar com a criança. É melhor passar 30 minutos lendo um livro com o filho do que duas horas assistindo ao programa de televisão inadequado", alerta Carolina.