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Educação dos filhos: consciência ambiental

 

A pequena Júlia tem apenas quatro anos, mas já sabe o valor de recursos como a água, de preservar o meio ambiente e, a seu modo, que o consumo desenfreado causa impacto no planeta. 

A consciência ecológica despertada na menina é, de acordo com o pai, o professor Moacir Assunção, consequência de um trabalho iniciado dentro de casa e complementado pela escola. O caso de Júlia não é isolado, além dela outras crianças começam a ter acesso à matéria de ecologia, na teoria e na prática, e a formar uma consciência ambiental.

Entre as frases mais disparadas pela menina, está: "Papai, cuidado com a água do planeta". "Hoje, a Júlia nos ensina e nos recorda as atitudes que contribuem para a manutenção dos recursos da Terra", ressalta Assunção, orgulhoso em saber que a filha foi reconhecida pelos professores da escola Pompeinha por ter consciência ecológica aguçada. "Ensinamos uma lição a ela e hoje ela nos recorda essas obrigações."

O professor comenta que a criança já o colocou em situações até vexatórias por repreender pessoas que jogam papel na rua, parentes e amigos que escovam os dentes com torneira aberta ou que não separam o lixo orgânico do reaproveitável. Mas ele não se arrepende, e acredita que o trabalho de conscientização deve ser praticado em casa e pelos professores.

Outro caso que a conscientização sobre a importância da preservação da natureza começou cedo é o da estudante Raquel Reis, 31 anos, quando tinha apenas 12 simpatizou com a ONG Greenpeace. Ela tinha medo de ver a água do planeta acabar e discutia, ainda bem pequena, com professores, conhecidos e familiares. "Eles diziam que havia muita água no país, eu rebatia que um dia ela poderia acabar", confessa a estudante que economiza água até hoje, separa lixos recicláveis e dissemina essa filosofia pelo trabalho e escola.

Ela fez questão de instruir a filha de 12 anos a respeito dos riscos da falta de água no planeta e a garota já segue seus passos. Ela faz questão de investir no aprendizado da filha, já que recebeu algum ensinamento em casa, mas aprendeu boa parte desses ensinamentos com suas próprias observações.

Zelo e divertimento

A psicóloga Patrícia Mão Cheia ensina a filha Bruna, de apenas dois anos, o valor da preservação dos recursos naturais. A menina se diverte em ações como o plantio de mudas e, embora não tenha ciência do que sejam as palavras ecologia ou desmatamento, começa a perceber a importância da conservação das plantas, seu processo de evolução e as consequências da destruição da natureza. A mãe conta que ela repreende os colegas que arrancam as plantas do jardim, destroem o ambiente ou pisam na grama. "Quando não adianta ela pede pra eu chamar atenção dos meninos." Segundo Patrícia, a felicidade da menina é chegar em casa com as unhas cheias de terra dizendo que acabou de semear uma plantinha. Ela também gosta de acompanhar o processo de crescimento das sementes e se envaidece quando percebe que floresceram.

A psicóloga acha fundamental que a conscientização seja realizada pela família, mas que a escola precisa continuar o trabalho e abordá-lo de forma lúdica, fundamental para o entendimento da criança. "A brincadeira pode ser uma aliada na construção da consciência ambiental das crianças, só assim poderemos formar uma geração de adultos ecologicamente responsáveis."