Dança na educação
Exercitar o corpo através da música e do movimento é, antes de tudo, uma forma de expressão e comunicação. O corpo, um instrumento de relação com o mundo. E a dança, arte.
Atividade lúdica das crianças na dança mistura criatividade e o conhecimento do próprio corpo. Quase sempre a dança é uma vivência coletiva que vai além do prazer pessoal e amplia esse conhecimento do próprio corpo para o corpo do outro. "Há muitos aspectos cognitivos ligados ao desenvolvimento corporal", diz a terapeuta ocupacional Flávia Liberman.
Segundo ela, o corpo como instrumento de relação com o mundo, aliando música e movimento, é hoje privilegiado em muitos investimentos escolares, aí incluídos os jogos infantis. "E a dança na educação é também uma forma de injetar arte no cotidiano." Flávia lembra que não adianta a prática comum de papais e mamães colocarem a filha na aula de ballet se a criança não tem interesse e prazer na escolha. "A escolha das atividades de dança na educação têm de ser pensada também pela criança e não pode se transformar numa projeção do desejo dos pais", alerta. Ela lembra que a diversão é um dos principais elementos a serem levados em conta nessa hora.
Função terapêutica da dança
A vontade de dançar, movimentar e conhecer o corpo faz parte da vida de adultos e crianças. E pode ter mais que uma finalidade meramente artística, também terapêuticos. "É um recurso terapêutico de grande valor", diz a profissional, que desenvolve um trabalho junto a portadores de deficiência.
Juntar a dança e a terapia ocupacional sempre fez parte dos planos de Flávia desde muito pequena. "A dança é um espaço de experimentação, um estímulo pensado, uma reflexão e um contato com a cultura." Da percepção do corpo automatizado, dos movimentos restritos e estereotipados, ela realizou na Universidade de Sorocaba e no Centro Universitário São Camilo projetos envolvendo dança, música e teatro. A partir dos laboratórios e experimentações, veio a ideia da prática terapêutica.
As possibilidades da dança para as crianças
Flávia assinala que a dança é um recurso a ser usado na educação, na terapia e no lazer. Na sua opinião, as oportunidades para a criança exercitar o corpo vão depender do espaço de experimentação que se oferece a ela. "Atualmente, na cidade, muito se perdeu desse espaço. Daí a grande responsabilidade da família na oferta dessas oportunidades, seja de espaço físico ou de momentos para manifestar a linguagem corporal", comenta Flávia.