Cosméticos infantis
Há muitos tabus quando o assunto em questão é a higiene da criança pequena. Ao completar um mês de idade, a pele do bebê tem uma imunidade elevada e, mesmo após a escamação e mudança na cor da pele, normais nas duas primeiras semanas depois do nascimento, ainda há estoque de tecidos de proteção. Por outro lado, há uma perda de umidade significativa nessa pele, cerca de três vezes mais fina que a do adulto.
"Nos primeiros dias de vida, o bebê tem contato com aproximadamente 35 produtos cosméticos", de sabonetes e loções higienizantes a cremes para prevenir assaduras até os perfumes dos adultos com quem convive, diz a engenheira química, especializada em cosmetologia, Sonia Corazza. Ela assinala que a progressiva sensibilização da pele infantil acontece exatamente quando ela tem contato com a poluição e os produtos cosméticos.
Consultora técnica, responsável pelo desenvolvimento de linhas cosméticas como a "Natura Mamãe Bebê" e a "Turma da Xuxinha", Sonia atua há 25 anos nessa área e observa que o ideal seria a utilização de cosméticos a partir de um ano de idade. Até chegar lá, toda a atenção é pouca na escolha dos produtos.
Segundo a engenheira Suemi Kobashi, gerente de produto da Nívea, a renovação celular no adulto ocorre em média a cada 28 dias, enquanto no bebê é constante. Ela não descarta, porém, a utilização de um hidratante já nos primeiros meses de vida. Daí surge a pergunta: qual a melhor opção para uma pele tão delicada?
Como escolher os produtos para as crianças?
O que conta na hora de optar por esse ou aquele sabonete, xampu, creme hidratante ou de limpeza para bebês e crianças pequenas? Marca, cor, perfume, embalagem. Certamente, alguns apelos de marketing levam a melhor, especialmente quando os pequenos acompanham os pais na hora da compra e escolhem, eles mesmos, o que querem usar de cosméticos para crianças. "Não se deixem levar pelo canto da sereia...", adverte Sônia.
Que orientação deve, então, pautar a decisão de compra dos cosméticos para crianças? "Credibilidade conta muito", afirma a cosmetóloga, para quem a escolha de marcas idôneas, que tenham histórico como fabricantes de produtos cosméticos infantis é fundamental. Também é importante observar se os cosméticos para crianças são dermatologicamente testados, hipoalergênicos e se seus componentes fazem parte da "lista positiva" do Ministério da Saúde como substâncias seguras para utilização em produtos infantis.
É desejável que a quantidade de substâncias e corantes presente na composição dos produtos seja pequena, assim como a ausência de álcool, em colônias especialmente, é um bom indicador. Suemi chama ainda a atenção para a exigência de fragrâncias selecionadas, como forma de evitar a irritabilidade.
Os produtos cosméticos destinados ao público infantil, lembra Sonia, são menos sensibilizantes que aqueles preparados para a pele adulta. "Sua composição é elaborada de forma a manter as características da pele infantil," acrescenta.
Fique Ligado!
Detalhes importantes na hora de escolher os cosméticos para crianças:
Sabonetes - prefira os que têm pH mais próximo possível do pH da pele, algo em torno de 5,5, ou seja, levemente ácido;
Colônias - escolha produtos sem álcool, pouco ou nenhum corante, de fragrâncias selecionadas;
Condicionadores - evitar o uso desses produtos nos cabelos infantis, se necessário, não aplicar na raiz, mas apenas nos fios;
Maquiagem - evitar, e se não for possível, preferir maquiagem infantil, que saem facilmente com água. Escolher sempre marcas conhecidas, e verificar as indicações de uso na embalagem (se é antialérgica), mesmo sendo antialérgica é importante fazer um teste antes de usar na menina;
Esmalte - evitar, devido à presença de solventes em sua composição.
Dica importante: os sistemas e válvulas de dosagem dos produtos devem ser seguros, permitindo a liberação de pequenas quantidades.
Proteção solar e poluição
Evitar a exposição ao sol no horário entre 10 e 16 horas deixou de ser uma recomendação para transformar-se em lei. Entretanto, o uso de protetores solares é fundamental em qualquer hora do dia. De preferência, acompanhados também de protetores físicos, como camisetas e bonés.
Para Suemi kobashi, até os seis meses de idade, deve-se evitar o uso de protetores solares, respeitando-se horários e períodos curtos de exposição, de acordo com a orientação do pediatra.
Sonia Corazza assinala que devem ser evitados os filtros químicos, que contém dióxido de titânio ou óxido de zinco. Observa ainda que fatores de proteção superiores a 30 têm incremento de proteção muito reduzido em função do aumento do potencial irritativo da pele devido a sua oleosidade. Ela chama a atenção também para a quantidade utilizada, que não deve ser excessiva, e os cuidados de repetir a aplicação a cada uma ou duas horas e de remover todo o produto ao tomar banho.
"O ideal, até um ano de idade, é evitar a exposição ao sol", sugere, lembrando, claro, que aqueles minutinhos necessários à absorção da vitamina D desde os primeiros dias de vida continuam valendo.
Quanto à poluição, a especialista afirma que, nos últimos 20 anos, os adolescentes que vivem nas grandes cidades têm muito mais acne, em parte devido ao acúmulo de sujeira na pele. Por isso, a utilização de uma loção higienizante infantil no rosto dos pequenos todas as noites é uma boa ideia. "Infelizmente, criança que vive em metrópole precisa de proteção solar e limpeza facial."