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Controlar o peso na gravidez

O medo de engordar faz parte da rotina da maioria das mulheres. Durante a gravidez, o temor aumenta, mas muitas futuras mamães acabam não controlando o peso na gravidez e descuidando da alimentação. É comum achar que a  gestação dá licença poética para abusar da comida.

Porém, o fato é que uma dieta rica em calorias e pobre em nutrientes pode resultar não apenas em excesso de peso, mas também em problemas graves de saúde para mães e filhos. Por isso, mais que comer muito, é necessário comer bem durante a gravidez.

De acordo com Maria Del Rosario Zariategui De Alonso, médica nutróloga da Abran (Associação Brasileira de Nutrologia), a gestante que não controla a alimentação e o peso se arrisca a ter complicações como diabetes, hipertensão arterial e eclampsia, riscos que se estendem ao bebê: “o excesso de peso ainda é capaz de causar complicações no parto”.

A má alimentação também pode favorecer o aparecimento de depressão pós-parto e até de problemas comportamentais nas crianças, devido ao déficit de nutrientes importantes. O que as futuras mamães precisam aumentar na dieta não são as calorias, e sim o consumo de nutrientes como o ácido fólico, uma das vitaminas do complexo B que garante o bom desenvolvimento do cérebro e da medula espinhal do feto.

O ácido fólico é encontrado nos seguintes alimentos: brócolis, couve, couve-de-bruxelas, espinafre, feijão, lentilha, grão-de-bico e gérmen de trigo.

Já a famosa máxima de que as grávidas “comem por dois” não passa de mito. Maria Del Rosario afirma que é necessário apenas aumentar o consumo de algumas substâncias, e não a quantidade de calorias. “A dieta deve ter 250 calorias extras por dia, o equivalente ao valor nutricional de um sanduíche com duas fatias médias de pão integral e 55 gramas de peito de frango, ou duas xícaras de leite ou iogurte.”

Dicas preciosas de cuidados na gravidez para controlar o peso

A doutora Maria Del Rosario afirma que passar muito tempo em jejum durante a gravidez faz mal. Portanto, as gestantes devem se alimentar a cada duas ou três horas, e os alimentos consumidos devem incluir todos os grupos – laticínios, carnes, frutas, vegetais e gorduras saudáveis. Ela dá o seguinte exemplo de cardápio:

  • Café da manhã: cereais com frutas e leite semidesnatado;
  • Lanche da manhã: frutas frescas, como pêssegos e laranjas;
  • Almoço: salada verde com sementes de girassol, salmão grelhado, duas colheres de sopa de arroz integral e salada de frutas;
  • Lanche da tarde: iogurte com nozes picadas;
  • Jantar: frango grelhado com verduras no vapor e uma maçã.

Equilíbrio e amamentação para controlar o peso na gravidez

Quando engravidou do pequeno João, hoje com 1 ano e 9 meses, a publicitária Marcelle Resende Tachibana, de 31 anos, pesava 56 quilos. Antes de dar à luz, chegou a 65 quilos, e nas três semanas após o parto já havia perdido praticamente tudo que engordou. No entanto, esta não foi uma tarefa muito fácil. “Tenho intolerância a alimentos saudáveis [risos]. Não posso comer verduras ou legumes, já fiz até terapia para tentar reverter isso, mas meu corpo rejeita mesmo”, conta.

Para balancear a dieta, ela substituiu as bolachas que costumava comer à tarde no trabalho por frutas e passou a tomar suplementos alimentares, recomendados pelos médicos. Marcelle diz que, embora sempre tenha se preocupado com sua alimentação, teve medo de engordar muito quando estava esperando João.

“Nos primeiros meses, você sente muita fome, então, eu comi um pouco mais que o normal, mas meu metabolismo ajudou muito”. Ela acredita ter encontrado um ponto de equilíbrio entre a genética, o corpo e a mente. “Tive desejos de comer milho verde e pudim de leite condensado, mas não cometi nenhuma extravagância. Sempre me
preocupei em não prejudicar meu bebê.”

Depois do nascimento de João, Marcelle sofreu por não poder tomar refrigerantes e comer feijão – duas de suas paixões. Ela, no entanto, privilegiou a amamentação, fator apontado como fundamental para a recuperação do peso em tão pouco tempo. “Eu sentia muita fome, pois amamentava a cada duas ou três horas, mas mantive o equilíbrio. Amamentei meu filho até os nove meses e isso ajudou não só a recuperar meu peso inicial, mas também a mantê-lo.”

Cuidados na gravidez: alimentação e atividade física para controlar o peso

Além de uma alimentação saudável, a pesquisadora Carla Mayumi Albertuni, 41 anos, encontrou na atividade física regular uma grande aliada para engordar pouco durante a gravidez. Quando engravidou de Dora, hoje com dois anos, pesava 65 quilos. Durante a gestação, ganhou apenas sete quilos. Ela conta que, no segundo mês depois da gravidez, já estava com menos peso do que quando engravidou.

“Na primeira gravidez, engordei 11 quilos, e como já estava com 39 anos quando tive a Dora, estava preocupada com isso”. Carla também é mãe de Daniel, de 17 anos. Vegetariana há oito anos, a mãe de Dora já era praticante de pilates quando engravidou. “Os médicos disseram que, como eu já fazia, podia continuar, mas não é recomendável começar depois de engravidar. Minha barriga voltou ao normal muito rápido, e muito disso é atribuído ao pilates”, conta.

Além do exercício regular, ela lembra que teve longas conversas com o médico para definir a dieta ideal. “Ele me receitou para o café da manhã um suco de beterraba, cenoura, laranja e linhaça, que regula o intestino e é fonte de ferro.” Além disso, Carla diminuiu drasticamente o consumo de farinha branca, pão e massas. Como não queria
tomar suplemento de ferro, comeu bastante feijão e brócolis, o que evitou o aparecimento de anemia.

“Também não cometi nenhuma loucura. Acho que isso é muito emocional, a comida pode ser uma válvula de escape para a grávida, mas a única coisa que ela vai conseguir é engordar, e cada quilo é um a mais para perder depois”. Para completar, Carla conta que tomou muita água e não deixou de comer de três em três horas, além de se preocupar em dormir bem.

Sinal vermelho

 

Confira alguns alimentos que devem passar longe do cardápio das gestantes:

Cafeína: o consumo de café e chás ricos nesta substância deve ser moderado e depende também de que a mãe não apresente contraindicações como gastrite e duodenite.

Bebidas alcoólicas: ingerir álcool, durante a gravidez, pode favorecer o aparecimento da síndrome fetal aguda, um quadro de malformações fetais.

Comida japonesa: o peixe cru, assim como qualquer tipo de carne sem cozimento, pode conter parasitas causadores da toxoplasmose, doença que afeta gravemente a formação do cérebro e dos olhos dos bebês.

Queijos de mofo azul (gorgonzola e roquefort): podem conter bactérias que causam a listeriose, doença capaz de provocar o aborto.

Amendoim: pessoas com histórico de alergias devem evitar o alimento durante a gravidez e a amamentação, para que o bebê não desenvolva sensibilidade às proteínas do amendoim.

Cuidados na gravidez: entenda as variações de peso durante

O peso ideal está ligado diretamente ao peso da mulher quando engravida. Para saber qual a sua condição, a futura mamãe deve consultar um especialista. Confira abaixo o ganho de peso adequado de acordo com o IMC (Índice de Massa Corporal) da mulher no início da gravidez. Antes de ver a tabela, faça o cálculo:
 
IMC = peso / (altura x altura)

IMC Ganho de peso total Ganho semanal
(a partir do 2º trimestre)
Abaixo de 18,5 - peso baixo De 12 a 18 quilos 500 gramas
De 18,5 a 24,9 - peso normal De 11 a 15 quilos 400 gramas
De 25 a 29,9 - sobrepeso De 6 a 11 quilos 300 gramas
Acima de 30 - obesidade De 5 a 9 quilos 200 gramas

Para as futuras mamães é importante cuidar do peso durante todas as fases da gravidez e também entender como seu corpo mudará ao longo dos 9 meses e como será o desenvolvimento do bebê, para isso a Alô Bebê oferece a ferramenta Gravidez Semana a Semana. Confira!