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Como ser uma boa mãe?

Apesar da maternidade ser um dos momentos mais esperados para a maioria das mulheres, é muito comum a grávida sentir diversos medos relacionados ao fato de como ser uma boa mãe. Saber distinguir as vontades das necessidades do bebê na hora certa é um dos medos mais frequentes, que podem se manifestar já no primeiro mês de gravidez. "Toda mãe, principalmente as de "primeira viagem", tem receio de não saber identificar a fome, a cólica, o sono, entre outras manifestações da criança e pode acabar achando que não é uma boa mãe", diz a psicóloga Ruth Diksztejn, profissional focada na linha cognitiva comportamental e especializada em fobias.

Para a psicóloga, os medos estão ligados à insegurança e se manifestam em toda e qualquer experiência nova. "Tudo que é novo assusta e sentir medo do desconhecido é absolutamente normal. O importante é saber como lidar com esse sentimento sem deixar com que ele se transforme em uma fobia, que pode vir a interferir no dia a dia". Conforme ela, "o sentimento tende a aflorar no momento em que se confirma a gravidez".

Grávida do primeiro filho, a publicitária Érika Mateos Batista Martinez, 24, sabe muito bem o que é isso. No sétimo mês de gravidez, Érika define a experiência como um misto de sensações. "Acho que a turbulência de pensamentos começa quando a gente pega o resultado do exame e descobre que tem um "serzinho" que depende exclusivamente de você. Junto com toda a alegria e satisfação em saber que vou ser mãe, vem a ansiedade e, ao mesmo tempo, o medo de não apenas saber lidar com todas as situações que a maternidade exige, mas como também poder proporcionar o melhor para o meu filho, ser boa mãe". Para a publicitária, situações como dar banho, saber quando o bebê sentirá frio e amamentá-lo o quanto ele precisa são as preocupações mais corriqueiras.

Aceitar a ajuda dos mais experientes pode ser uma boa alternativa para facilitar determinadas tarefas. "A ajuda é muito bem-vinda quando ela é solicitada ou tem consentimento da nova mamãe. O que não é saudável é quando esta ajuda é imposta", diz Ruth.

Preocupações como a boa formação e a saúde do bebê também afetam o imaginário materno. O acompanhamento pré-natal, como forma de precaver determinadas doenças e eventuais problemas durante a gestação, pode garantir o bem estar do filho e da mãe. É uma forma de ajudar as mulheres a lidarem com os medos concretos. "Isso não impede que tenham fantasias, mas já ajuda a tranquilizá-las", explica Ruth.

Segundo a psicóloga, a mulher pode trabalhar seus medos de diversas formas: primeiro, lembrando que esse sentimento é normal; segundo, identificando quais são eles e procurando enfrentá-los da melhor maneira possível, consultar livros e revistas especializadas, trocar informações com o parceiro, amigas e com aqueles que já tenham vivido a mesma experiência. "O bebê não vem com manual de instruções, o desempenho do papel de mãe vai depender da sua sensibilidade, e isso não se aprende da noite para o dia, se adquire com a experiência, com a vivência. Enfim, algo que é construído, um dia após o outro", afirma a psicóloga. Apesar de todos os medos e inseguranças, Érika revela "a gravidez é uma experiência incrível. A alegria de saber que vou ser mãe supera todos os medos". E ela já planeja ter outros filhos daqui a alguns anos.

Experiência em família

Para a psicóloga, os medos podem variar de mãe para mãe. Os fatores determinantes dependem de vivências e experiências prévias. Ruth classifica as famílias em dois tipos: a extensa e a nuclear. A primeira é aquela família grande com muitos filhos, primos e sobrinhos, que acaba compartilhando a criação com outros parentes. "A mãe que veio de uma família grande e cuidou do irmãozinho, do priminho ou do sobrinho, adquire uma experiência que a ajuda quando se torna mãe". Já a família nuclear é composta apenas dos pais e seus filhos (e é como vivem hoje, nas cidades, a maior parte das pessoas). Neste caso toda experiência é adquirida com o próprio filho.