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Aproveitar a licença-maternidade

Atualmente há uma nova lei que permite ampliação do período de lincença-maternidade por mais 60 dias, porém para desfrutar desse benefício, é necessário que a empresa que a futura mamãe trabalha esteja cadastrada no Programa Empresa Cidadã.

O tempo de licença-maternidade não é apenas um período de descanso, uma pausa no trabalho, mas sim o momento oportuno para assegurar qualidade na relação com o bebê que acaba de chegar. O vínculo que nesses primeiros meses de licença-maternidade se estabelece entre a mãe e o bebê permitirá o desenvolvimento emocional da criança e a confiança da mãe de que tudo estará bem e tranquilo no momento de voltar ao trabalho.

Nos primeiros dias após o nascimento da criança, a mamãe se vê às voltas com todo tipo de exigências do bebê. A impossibilidade de determinar horários para amamentar exige que a mulher dedique seu tempo com quase total exclusividade a esse pequenino ser. "O melhor é estar ao lado da criança 24 horas por dia", observa a pediatra Raquel Gladys Gomes, da Maternidade São Paulo. Ela diz, inclusive, que, nos casos de bebês prematuros, a equipe da maternidade orienta as mães para que estejam presentes e dediquem a maior parte de seu tempo a acompanhar os filhos no berçário, "porque o bebê já percebe a presença da sua mãe".

Calma e tranquilidade se transmitem ao bebê desde o momento de seu nascimento. Daí a importância que os especialistas conferem à segurança da mãe nos cuidados rotineiros com a criança. "Até no tom da voz a mãe transmite confiança ao bebê", diz a pediatra, que defende muita conversa e carinho em todos os momentos, desde a amamentação até o banho e as sucessivas trocas de fraldas.

Para que essa relação se estabeleça com intimidade, o ideal é administrar a ansiedade comum nos primeiros momentos com a criança, quando as muitas exigências do pequenino podem estressar algumas mamães. A adaptação do bebê ao ambiente depende inclusive da forma como as outras pessoas da família se comportam.

Isso porque essa mãe também precisa de um tempo só para ela. Surge, então, a figura do pai, que, apoiando a companheira, também nos cuidados com o bebê, irá contribuir para seu descanso e tranquilidade. Com isso, garante um importante apoio na relação afetiva familiar que se estabelece.

O término da licença-maternidade

O momento da separação, inevitável para a mãe trabalhadora, será facilitado com a qualidade da relação que foi estabelecida entre mãe e filho nos primeiros meses juntos na licença-maternidade. Momento marcante na vida da mulher e da criança, essa separação ainda poderá ser adiada por mais alguns dias se a criança for amamentada exclusivamente no seio materno. Na Maternidade São Paulo, diz Raquel Gladys, a equipe de pediatras apoia a licença-amamentação, que acrescenta mais 15 dias à licença-maternidade para a mulher que está amamentando.

Marcada por expectativa, angústia e, eventualmente, algum estresse da mãe, a separação com o término da licença-maternidade traz outro personagem à cena: a pessoa que cuidará do bebê enquanto a mãe estiver trabalhando. Não importa se essa figura será uma babá, um parente ou berçarista, a decisão é, quase sempre, acompanhada de incertezas. Soma-se a isso, a expectativa do retorno ao ambiente de trabalho, depois de tanto tempo de envolvimento apenas com amamentação, fraldas, eventuais cólicas e todos os cuidados que o novo membro da família exige.

Com o término da licença-maternidade como conviver com a saudade do bebê que ficou em casa? Mais uma vez é a segurança da mãe que permitirá controlar a ansiedade natural nesse momento. Se o longo tempo de contato foi prazeroso e especial para mãe e filho, o bebê sentirá a sua falta, mas irá tolerar bem a separação física, asseguram os especialistas. E quando a mamãe voltar correndo para casa, depois de uma jornada de trabalho, poderá dedicar um bom tempo aos cuidados e carinhos com o bebê, apesar do cansaço.

A mãe que também preocupa-se com a própria realização pessoal e profissional saberá lidar de forma mais tranquila com essa nova situação. E, afinal de contas, "mãe é insubstituível", diz a pediatra, para quem não há o que temer numa improvável competição com quem estiver cuidando da criança.