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Animais de estimação - o melhor amigo das crianças

 

Os especialistas da área são categóricos ao afirmarem que, os pais que tiverem o mínimo de condições, podem e devem proporcionar aos seus filhos o convívio com um animal de estimação.

Segundo a psicóloga Suzy Camacho, a decisão de adquirir um animal doméstico, qualquer que seja ele, deve ser feita pela família como um todo, pesando os prós e os contras: "a presença do animal doméstico não deve ser sinônimo de transtorno para a família, pois fatalmente surgirão desavenças entre seus membros em função disso. Existem animais de estimação adequados a qualquer contexto de vida, como por exemplo os peixinhos e as tartaruguinhas que, apesar de sobreviverem quase que "sozinhos", permitem à criança desenvolver o sentimento de carinho e respeito", relata.

Ainda segundo ela, vale a pena fazer alguns pequenos sacrifícios para recepcionar o animal doméstico: "a criança que possui um animal doméstico desenvolve muito afeto e o sentido de responsabilidade". Suzy lembra que, nesse contexto, existem tarefas que podem ser facilmente delegadas aos pequeninos: "alimentar e escovar o animal doméstico, são tarefas para os pequenos. Outras que requerem mais coordenação, devem ser executadas por um adulto responsável pela criança", completa.

De acordo com a psicóloga, a presença de um animal doméstico  diminui a agressividade da criança, pois o mesmo é um "serzinho" que lhe é disponível durante 24 horas por dia: "muitas vezes os pais não podem oferecer toda essa atenção", diz. Para Suzy Camacho, normalmente, a criança que é por demais agressiva com o animal doméstico (chegando a feri-lo ou jogá-lo longe) reproduz um modelo muito próximo ao seu ambiente, que pode ser os maus tratos entre pais e irmãos, por exemplo: "cabe aos pais explicar ao pequeno que sua atitude foi incorreta e que não deverá se repetir. Eles devem aplicar-lhe um pequeno castigo, para que possa refletir sobre o que fez e ter noções de limite, o que evitará desajustes graves quando adulto, mas sem agressividade, evitando assim um círculo vicioso", afirma.

Para a psicóloga, crianças que optam por animais domésticos exóticos, como cobras, lagartos ou aranhas, também têm personalidade exótica, ou então estão agindo de acordo com o grupo, buscando definir status dentro dele.

Ainda de acordo com Suzy Camacho, é muito importante propiciar às crianças o convívio com os bichos: "levá-las em parques, sítios, fazendas, zoológicos. Deixar que elas peguem e alimentem os animais domésticos são formas excelentes de aproximá-las da natureza e suprir-lhes a ausência do animal dentro do lar, além de desenvolverem a solidariedade e o respeito mútuo", conclui.

Os animais  ajudam por demais as crianças especiais, com deficiências auditivas, visuais e de aprendizagem: "elas têm uma facilidade muito maior na concentração e observação, quando desfrutam do convívio de animais de estimação", afirma a psicóloga.

Da mesma opinião é o veterinário Fernando Tittici: "a presença do animal doméstico, que hoje visita até os hospitais, é fundamental para o desenvolvimento do afeto, do sentido locomotor em geral e do relacionamento da criança com o meio ambiente", diz.

Segundo, o veterinário, devido ao crescimento rápido dos animais, é adequado que as crianças escolham raças de pequeno porte, como o fox paulistinha, o cocker spanish, o poodle ou maltês: "existem animais extremamente dóceis, que além de muito fofinhos, raramente latem."

O Dr. Fernando Tittici informa também que não existe inconveniente em deixar que o animal doméstico permaneça nas camas, desde que estejam devidamente "controlados" por um profissional da área: "ele precisa estar vermifugado, vacinado etc. O ideal é levar o filhote uma vez por mês ao veterinário. Quando adulto, o animal realiza a visita de seis em seis meses".

Segundo Tittici, o banho, que começa a ser ministrado por volta dos 50 dias de vida, deve ser dado o "mínimo possível", no máximo uma vez ao mês, e é caracterizado pelo uso do shampoo: "a higiene do animal é feita mesmo pela escovação, que pode ser diária. O animal possui uma gordura natural que protege sua pele e pelo, e ela não deve ser removida a todo momento", completa.

Conforme o Dr. Fernando Tittici, o gato, por exemplo, já tem um sistema de limpeza próprio, sendo um animal muito higiênico: "ele se lambe o dia todo, removendo assim a oleosidade de seus pelos e retirando os que estão por cair". Ainda segundo ele, é mais difícil dar banho em um animal desse tipo, mas os procedimentos médicos são os mesmos: "o gato precisa ser escovado, principalmente o angorá, que tem pelo longo. O segredo da higiene dos animais é a escova", afirma.

A perda do animal de estimação e as crianças

Ultimamente, até as campanhas publicitárias retratam a complexidade da perda do animal doméstico e a odisseia de seus donos, na tentativa de recuperá-los. Nesses casos, nada deve ser ocultado da criança. Se o animal não voltar, explique a ela o ocorrido. Proponha a vinda de um novo "mascote", ou seja, sensível às necessidades do pimpolho naquele momento.

Já a morte de um animal doméstico significa a perda da fonte de um amor incondicional, tanto para os adultos quanto para as crianças. A renomada veterinária Margaret Muns, em seu site Best Friends, diz que as crianças tendem a ficar enlutadas por um período mais curto, mas a sua dor não é menos intensa. Segundo Margaret, elas voltam ao assunto com mais frequência, sendo necessária muita "paciência nesses casos", afirma.

A veterinária considera importante dar à criança permissão de lidar com a sua dor. Deixe que ela conte ao professor sobre a morte do animal, encoraje-a a falar livremente sobre o animal que se foi. Dê a ela muito carinho e conforto, conversando honestamente sobre a morte - que é permanente.

Nunca diga coisas como "Deus levou o seu bichinho", ou o animal está "dormindo para sempre". Isso pode fazer com que ela fique com medo de ir dormir e de que Deus leve também seus pais, irmãos ou ela própria!

Os animais domésticos também criam laços muito fortes entre si. Podem exibir sinais evidentes de stress quando separados, por qualquer motivo que seja. Nesses casos, é comum procurarem mais atenção de seus donos, mas convém não exagerar. Não trocar o cardápio do bichinho, mesmo que ele se negue a comer, e não reforçar as mudanças de comportamento, são medidas salutares em ocasiões desse tipo.