Alimentação balanceada na gravidez
Ao receber a notícia que confirma o início da gravidez, muitas são as dúvidas que invadem a mente da futura mamãe. Uma das mais frequentes está relacionada à alimentação. De acordo com Magda Maria Britto dos Santos, nutricionista e coordenadora do serviço de nutrição e dietética da Pro Matre Paulista, um dos erros mais frequentes é achar que o importante é a quantidade do que será consumido nos nove meses que englobam a gravidez.
"Muitas mães acham que o certo é comer por dois", explica Magda. Apesar do aumento que realmente acontece na quantidade de alimentos ingeridos, a escolha do cardápio é o mais importante. A nutricionista afirma que deve haver um aumento na cota diária de alimentos de uma grávida, de acordo com as condições físicas de cada uma. "Sempre é feita uma avaliação das condições da mulher antes da gravidez, para podermos avaliar o índice de massa corporal - IMC - e indicar a alimentação mais correta. Se pegarmos como exemplo uma pessoa na faixa etária entre 22 e 35 anos, que tenha altura e peso compatíveis, com alimentação média de duas mil calorias diárias, este número deve subir aproximadamente em 300 calorias. O aconselhável é que a mãe engorde de 10 a 15 quilos durante a gestação", diz ela. Para gerar um bebê saudável e manter-se bem durante este período, alguns componentes não podem faltar na composição da alimentação de uma gestante, como o ácido fólico, o ferro, o cálcio e o sódio.
Segundo Magda, o ácido fólico possui papel fundamental na formação das células brancas e vermelhas do sangue. "O ácido fólico ajuda no aumento de sangue, que será necessário no organismo da gestante, além de ser importante na formação sanguínea e imunológica do bebê e ajudar na construção do tubo neural, o que garante boa formação da medula espinhal e do cérebro". Algumas fontes naturais deste nutriente são as leguminosas como ervilha e feijão, frutas cítricas como laranja e limão, gérmen de trigo e nozes.
Para melhor aproveitamento do ácido fólico contido nestes alimentos, Magda dá dicas de consumo: "O ideal é comer estes alimentos crus ou cozidos com pouca água e não guardar na geladeira por muito tempo".
Ferro combate anemia e cálcio pode prevenir hipertensão
Com a função de garantir uma boa oxigenação dos tecidos e prevenir anemia, o ferro é outro nutriente que está na lista de indispensáveis durante a gravidez. "A anemia, que é um sintoma frequente entre as grávidas, pode ser combatida com a ingestão de ferro", explica Magda. Uma das mais ricas fontes de ferro é a carne vermelha.
"Muitos médicos pedem até para as mães vegetarianas abrirem uma exceção durante a gestação e consumirem carne vermelha", alerta a nutricionista, que diz ainda que o ferro proveniente da carne vermelha é absorvido mais facilmente pelo organismo. Além da carne vermelha, outras fontes de ferro são o peixe, os frutos do mar, a ameixa preta e o feijão. A nutricionista explica que a vitamina C ajuda na absorção do ferro. "A mãe pode consumir um filé de peixe grelhado e encerrar a refeição com um copo de suco de laranja, por exemplo, para ajudar na absorção do nutriente", diz ela.
Durante o terceiro trimestre da gravidez, o cálcio é indispensável para a formação óssea e dos dentes do bebê. Mulheres com tendência à hipertensão também podem fazer um trabalho preventivo com a ingestão da quantidade adequada de cálcio. Leites e derivados, salmão, sardinha, espinafre, couve e amêndoas são fontes deste nutriente. A nutricionista alerta para a ingestão de cafeína após as refeições, que prejudica a absorção do cálcio pelo organismo.
Cautela na ingestão de sódio
Um mineral imprescindível durante a gestação, mas que precisa ser consumido com cautela, é o sódio. "As mulheres com predisposição à hipertensão devem consumir o sódio de acordo com orientação médica, mas este mineral não pode faltar no cardápio da futura mamãe, por ajudar na formação do esqueleto e dos tecidos do bebê. O ideal é evitar salgadinhos, amendoins, molhos de salada muito temperados e maionese, que costumam possuir o sódio em excesso".
A nutricionista alerta para a importância do acompanhamento médico durante toda a gravidez. "Em alguns casos, há necessidade de prescrição dos nutrientes por meio de medicamentos. O médico saberá avaliar o que deve ser reforçado e qual a melhor maneira de ingeri-lo".
Magda ressalta, ainda, que o mais importante é manter uma alimentação balanceada, com uma variação rica de cada um dos nutrientes e ter consciência do que precisa ser eliminado. "Refrigerantes, salgadinhos, doces em excesso e outras guloseimas só elevam o peso e não nutrem a mãe de componentes necessários para o bem-estar dela e do bebê".