O que fazer em caso de enjoos na gravidez?
Nem todas têm, mas as futuras mamães que enfrentam os famosos enjoos da gravidez realmente sofrem. Se você faz parte do primeiro grupo, considere-se sortuda, pois, além do mal-estar, os enjoos podem dificultar a alimentação e deixar a gestante mal-humorada, e, em casos extremos, podem fazer a mulher correr para o hospital e até mesmo perder o bebê.
As náuseas e os vômitos intensos no período, famoso enjoo da gravidez, são chamadas de hiperêmese gravídica. O problema não tem uma causa conhecida, mas acredita-se que possa ser desencadeado por fatores psicológicos, histórico familiar, gestação de gêmeos, hipertireoidismo ou diabetes. Cerca de 70% das gestantes têm enjoos, mas apenas entre 1 e 3% delas desenvolvem sintomas extremos, que as fazem vomitar dezenas de vezes por dia. A doença voltou a ser abordada após a duquesa de Cambridge, Kate Middleton, ter admitido que passou pela situação durante a gestação do príncipe George. As brasileiras Ivete Sangalo e Fernanda Lima também já sofreram com os enjoos intensos.
Na maioria dos casos, a hiperêmese gravídica desaparece depois de alguns dias. Entretanto, é preciso manter a hidratação e fazer a reposição das vitaminas que a grávida perde ao vomitar com frequência. Se persistir, a doença causa perda de peso (ao invés do esperado aumento), desidratação e disfunção dos rins e do fígado. Para o bebê, há risco de baixo peso, parto prematuro e morte fetal.
A partir da 12ª semana de gravidez, a doença diminui ou vai embora de vez. Antes da melhora é recomendado que a futura mamãe busque o tratamento adequado com o médico, que pode ser feito com ondansetrona, dimenidrinato, cloridrato de meclizina ou metoclopramida. Se a terapia não funcionar, a partir da 10ª semana podem ser administrados corticoesteroide, a metilprednisolona, via oral ou endovenosa e a mulher pode ficar internada por até três dias para fazer a reposição de nutrientes. Pensando em ajudar as mamães a Alô Bebê preparou algumas dicas que podem amenizar os temidos enjoos.
Distúrbios nas crianças
Uma pesquisa indicou que bebês nascidos de mães que tiveram hiperêmese gravídica têm 3,6 vezes mais chances de desenvolver ansiedade, transtorno bipolar e depressão quando adultos. Além disso, estudos anteriores mostraram que crianças cujas mães tiveram enjoos intensos têm mais problemas de atenção e aprendizagem quando chegam aos 12 anos. A má nutrição fetal, ainda, tende a deixar a saúde precária na idade adulta. Os reflexos no longo prazo são causados tanto pelo mau desenvolvimento cerebral devido à desnutrição e à desidratação quanto a ansiedade e o estresse que acompanham esse período.
Por isso, evite!
Não dá para saber se você vai ou não ter muito enjoo durante a sua gravidez. O que se sabe é que, enquanto se espera o primeiro filho, e principalmente se for menina, o mal-estar é mais comum. Lembre-se: enjoo não é frescura e pode ser nocivo para você e seu bebê!
Se o seu caso for de hiperêmese gravídica, além da medicação receitada pelo profissional, é possível ajudar a combater a doença com terapias caseiras. Vovós, amigas e grupos de gestantes na internet são ótimas fontes de dicas para aliviar o incômodo e possibilitar um período de convivência com as náuseas e os vômitos mais confortável. Conheça as recomendações mais eficientes:
Repouso
O descanso permite que o organismo direcione melhor o fluxo sanguíneo para executar funções como a digestão. Além disso, o repouso ajuda a combater os problemas psicológicos como estresse e ansiedade, principalmente se a gestante se ocupar com alguma atividade prazerosa, como ler um livro ou preparar um bordado para a criança que vai nascer. O repouso também é indicado pelos especialistas, pois, dependendo da situação de desnutrição e desidratação da mamãe, ela terá poucas forças para se movimentar e poderá se machucar.
Gengibre ajuda a combater o enjoo da gravidez?
A ingestão de gengibre é um clássico entre as grávidas! As mulheres que estão acostumada a chupar balinhas de gengibre podem continuar fazendo isso durante a gestação, desde que a concentração de extrato de gengibre não seja alta demais. A especiaria pode ser consumida também na forma de infusão, mas sem ultrapassar 2 gramas por dia, ou seja, um pouco menos de duas colheres de chá por litro de água. Quem está mais acostumada com o sabor característico do gengibre pode mastigar pequenos pedaços ao longo do dia, com cuidado para não exagerar.
Fracionar as refeições
Se você estiver com dificuldade para se alimentar, é preciso respeitar seu organismo. Tente comer um pouquinho por vez do alimento que seu corpo está pedindo, mas não se obrigue a continuar caso sinta enjoos. Apesar de ser importante ingerir muito líquido durante a gravidez, prefira não beber durante as nas refeições, pois isso fará com que o sistema digestivo trabalhe por mais tempo para digerir tudo, aumentando as chances de gastrite, náuseas e refluxo. Se a dificuldade persistir, tente ingerir soro de farmácia para repor os nutrientes, mas não faça do uso um hábito frequente.
Acupuntura é um ótimo remédio para combater o enjoo na gravidez
A medicina oriental também pode ajudar a passar por esse trimestre de gravidez. A terapia, que não afeta o bebê, pode ajudar a amenizar as dores de cabeça, a azia, os enjoos e os vômitos. Além disso, ela reduz os sintomas de depressão na futura mamãe, sendo muito recomendada para as grávidas que têm enjoos em excesso. No entanto, é preciso escolher bem o especialista, conferir o descarte das agulhas e tomar cuidado com os pontos, pois alguns deles podem provocar contrações no útero e antecipar o nascimento da criança.