Mãe, mulher e profissional, como se dividir em meio a tantas responsabilidades?
Não é novidade para ninguém, que de uns tempos pra cá, o papel da mulher tem crescido cada vez mais na sociedade. Mulher agora é mãe, esposa, profissional e ainda precisa estar atenta à saúde e ao bem-estar dela e de sua família.
No caso das grávidas, trabalhar essa situação pode ser ainda mais complicado. Além das preocupações com enxoval, exames, chá de bebê, muitas mulheres não abandonam o trabalho nos primeiros meses de gestação, portanto têm que lidar com diversos fatores ao mesmo tempo. É nesse momento, que o apoio da família e dos amigos torna-se vital. Cooperar para que a gestante tenha o mínimo de estresse possível e, possa realizar suas tarefas sem se desgastar, é a forma mais empática de auxiliá-la.
Se por um lado as funções são diversas, lidar com tantas responsabilidades não é nada fácil. Conciliar a vida profissional, com inúmeras cobranças, metas e desafios e ao mesmo tempo enfrentar um mundo de fraldas e mamadeiras, exige muito jogo de cintura. Organização, é essencial para se dividir dentre tantas tarefas e não perder o controle da situação.
Mas afinal, como conciliar tantas atividades ao mesmo tempo?
A mulher moderna precisa aprender a administrar o tempo dentro de casa, de forma diferente da mulher de algumas décadas atrás. É importante saber delegar, dividir e acompanhar tarefas e funções que cabem a cada membro da família (marido e filhos) e funcionárias (babás e/ou empregadas domésticas). Com as crianças, educar para que sejam mais proativas e responsáveis é o melhor caminho: ensine-os a arrumar sua própria bagunça de brinquedos ou roupas, respeitar horários de estudo e alimentação, etc. Já com os maridos é bom dividir as tarefas, como acompanhar os filhos na escola e em casa, ir ao supermercado ou, pelo menos, realizar essas atividades em conjunto.
Cabe à mulher o papel de mãe, porém nada impede (se houver condição financeira) que a mesma conte com o apoio de uma babá, empregada, etc. Afinal, toda ajuda é sempre bem-vinda.
Em relação aos filhos, como conciliar o período de trabalho (fora de casa) sem deixá-los desamparados?
Definir um tempo para os pequenos é imprescindível. Não importa se for meia hora ou um dia inteiro, mas é fundamental que seja vivido com o máximo de “presença” e amor.
Buscá-los na escola, brincar em casa, acompanhar tarefas escolares, sentar para assistir a um filme, enfim, a atenção pode ser dada de várias maneiras. Cabe a cada mãe e pai estabelecer esses momentos da forma que melhor se enquadrem na rotina da família.
O papel de mãe pode influenciar na relação com o marido?
É necessário que a rotina seja estabelecida e estruturada, na casa e na família, de maneira bem definida, cada um realizando sua função. Dessa forma, a mulher tem tempo suficiente para realizar seus afazeres, cuidar de si própria e manter a boa relação com o marido. O marido, por sua vez, sente-se muito mais “vivo” no núcleo familiar, quando tem a oportunidade de colaborar com situações comuns do cotidiano: auxiliar na educação dos filhos e nas tarefas do lar. É fato que a maioria dos maridos de hoje ajuda mais suas esposas com os filhos e com a casa do que os maridos de antigamente. E isso é fundamental para uma boa relação.
Quando a mulher não consegue conciliar esses papéis, que tipo de consequências psicológicas ela pode ter?
A culpa, sensação de fracasso e baixa autoestima são os sentimentos mais comuns que acompanham as mulheres que não conseguem conciliar esses papéis.
Quando a mulher deve procurar ajuda?
A mulher precisa de ajuda, a partir do momento que percebe que as divisões não estão funcionando e/ou está se tornando uma escrava do lar, da família, se sentindo destruída emocional e fisicamente.
Que tipo de ajuda a família pode prestar?
Hoje, uma das principais ajudas que as mães têm são das avós, que em muitos casos ajudam na criação dos netos, mas isso pode variar de família para família, uma vez que o papel das avós também tem se modificado ao longo do tempo.
A psicoterapia pode ser um estímulo?
A psicoterapia pode contribuir para que a mulher entenda e internalize que ela precisa carregar a responsabilidade de certas atividades, mas não por tudo e por todos, ajudando-a a ser menos “onipotente”. A sociedade mudou e os papéis de cada um dentro da família precisam ser transformados. Ou seja, a mulher moderna não deve associar os papéis da mulher de antigamente aos de hoje, pois antes as mulheres viviam quase que exclusivamente para a família e para a casa, sem se preocuparem em prover o lar e em estar bem física, emocional e socialmente. Hoje não é mais assim. A felicidade e o bem-estar de cada um é obrigação de todos que compõem uma família.