Descubra porque os três primeiros meses da gravidez são tão importantes
Depois de algumas tentativas, o teste de gravidez atesta positivo e os preparativos para acolher o bebê começam! É tempo de muita alegria e felicidade, mas também dúvidas e preocupações sobre o que esperar da gestação e quais são os cuidados que devem ser tomados durante esse período para que o bebê de desenvolva forte e saudável no ventre materno.
Os três primeiros meses da gravidez são os mais importantes para a formação e desenvolvimento do bebê. Também é o momento em que o corpo da mulher passa a se projetar para abrigar o pequeno por nove meses. A produção de alguns hormônios cai e os que são específicos para a gestação passam a ser produzidos. A placenta começa a se formar e rapidamente os órgãos do bebê são desenvolvidos. Com tanto acontecimentos em tão pouco tempo, a futura mamãe deve ficar atenta e redobrar os cuidados durante essa fase, que também é a mais crítica para abortos e malformações decorrentes de doenças e deficiências nutricionais maternas.
Ao se preparar para a gravidez, é fundamental que a mulher consulte seu obstetra, que irá lhe passar uma série de exames para analisar antecedentes obstétricos e genéticos do casal, levantando casos de abortos recorrentes e de problemas relacionados a fatores genéticos, como a Síndrome de Down. Além disso, uma suplementação com ácido fólico é recomendada por três meses antes e após a concepção, pois a carência desse nutriente está diretamente relacionada com uma incidência de problemas neurológicos graves, como a anencefalia. A futura mamãe também será imunizada contra doenças que possam comprometer o desenvolvimento do bebê, como a rubéola e a hepatite B.
Para ter um acompanhamento médico de qualidade, é essencial realizar todo o pré-natal. O obstetra deve ser um médico de confiança com o qual a futura mamãe se sinta confortável para tirar todas as suas dúvidas. É ele quem também irá avaliar a situação da mamãe para que ela tenha uma gestação mais saudável e feliz.
Trimestre de cuidados
De acordo com pesquisas realizadas no campo da obstetrícia, 20% dos casais passam por abortos espontâneos e 80% desses abortos acontecem nas primeiras semanas de gestação. A maioria acontece por causa de alterações genéticas no embrião, incompatíveis com a vida e que podem acontecer mesmo com casais que são geneticamente saudáveis. Ainda existem abortos que podem ser causados por alterações hormonais, infecções, malformações no útero ou provocadas por doenças maternas, como anemia e diabetes descontrolada, fumo e o uso de substâncias tóxicas. Os fatores de risco do aborto espontâneo podem ser alertados durante a consulta pré-concepcional ou pré-natal para serem evitados.
Mulheres que possuem distúrbios que alterem a circulação ou de fundo autoimune, como diabéticas, hipertensas, portadoras de problemas de tireoide ou de hipófise devem ter prestar atenção aos três primeiros meses de gestação, porque essas disfunções comprometem a liberação de hormônios que são essenciais para o bom crescimento das células, prejudicando o desenvolvimento do bebê.
Outras causas que prejudicam a formação da placenta e, consequentemente, do bebê e são ainda mais perigosas no primeiro trimestre de gravidez são doenças como a toxoplasmose, a rubéola e a citomegalovirose. Atualmente, a medicina fetal possui recursos para identificar e tratar precocemente muito desses problemas, mas a mamãe precisa realizar exames como o ultrassom morfológico e a translucência nucal para obter um diagnóstico preciso e iniciar o tratamento, garantindo um bom desenvolvimento para o filho. O primeiro exame permite detectar qualquer alteração estrutural do feto, como ausência de órgãos e membros, enquanto que o segundo identifica com pequena margem de erro se há alterações genéticas na criança.
Mudar os hábitos para uma gravidez saudável
Para uma gravidez mais saudável é imprescindível que a futura mamãe mude seus hábitos e passe adotar atitudes que contribuam para o melhor desenvolvimento do bebê. Com alguns cuidados extras é possível ter uma gestação tranquila e confortável. Confira:
- Suspenda o uso de todo e qualquer tipo de analgésico e antitérmicos. Use somente o recomendado pelo seu médico;
- As mulheres que possuem doenças como asma, diabetes, hipertensão ou que são portadoras de problemas vasculares precisam substituir ou regular as doses dos medicamentos que usam no controle das doenças;
- Parar de fumar é fundamental para ter uma gestação saudável. O cigarro aumenta o risco de aborto, problemas na placenta e parto prematuro. Além disso, também prejudica o crescimento do feto, elevando o risco de morte do bebê. Nunca é tarde para parar de fumar e cada cigarro deixado de lado é uma garantia de que seu bebê nascerá com mais saúde;
- Corte as bebidas alcoólicas. Uma única dose de álcool por dia pode aumentar as chances de parir um bebê abaixo do peso, com dificuldades de aprendizado e na fala, déficit de atenção e hiperatividade;
- Elimine ou diminua o consumo de cafeína, chás preto, refrigerantes a base de cola e chocolates. O alto consumo dessas substâncias está relacionado a abortos e problemas na gravidez;
- Evite alimentos que possam conter bactérias, fungos ou toxinas, como carne bovina malpassada ou crua, alguns tipos de queijo, comidas como ovos e frutos do mar crus;
- Mantenha uma alimentação saudável ingerindo várias frutas, legumes e verduras na dieta;
- Evite situações de estresse, principalmente no trabalho e na família, onde elas acontecem frequentemente;
- Caso a futura mamãe seja adepta a atividades físicas de alto impacto, o ideal é conversar com o obstetra sobre a conveniência de praticar esse tipo de atividade física no primeiro trimestre, trocar ou iniciar um exercício adequado para estes nove meses.