Como saber quando a criança está com manha ou realmente doente?
Às vezes a criança conta uma mentira sobre alguma dor, para não ir à escola. O problema aparece quando essas "dores" tornam-se frequentes
A primeira coisa que deve ser feita é observar. Se as dores são mesmo uma questão de saúde a única coisa a ser feita é levar ao pediatra. Quando se tem certeza de que a criança não está fisicamente doente, outra ocorrência deve ser observada: sua relação com a escola, colegas de classe e professores.
Muito tem se discutido sobre bullying, termo em inglês utilizado para definir situações de violência ou agressões (físicas ou psicológicas), intencionais e recorrentes na escola. A solução é conversar com as crianças envolvidas e com os professores e diretores. É uma forma do pequeno aprender a confiar nos pais e docentes, de forma que não sofra em silêncio e se torne um adolescente frustrado.
Com relação à escola, o problema pode ser alguma implicância com esse ou aquele professor, ou colegas. "Nesse caso, os pais não devem incentivar a criança a dizer se ela não gosta de fulano ou da aula da professora tal, mas sim incentivá-la a resolver os seus próprios problemas, levando as coisas de maneira mais leve e não permitindo que grandes dramas sejam instalados", afirma a terapeuta infantil Denise Dias.
Segundo a terapeuta, na maioria das vezes a situação pode ser definida como manha sim, e o que a criança quer na verdade é mais atenção. "Os filhos inventam motivos que sabem que vão convencer os pais para ficarem em casa, até porque é muito mais fácil ficar em casa e não ter tantas obrigações do que ter que obedecer às regras", explica.
Quando a criança quer apenas atenção, deve-se tomar cuidado porque ela pode ter problemas de socialização, tratando-se de uma questão afetivo-comportamental. A criança então deve ter acompanhamento terapêutico profissional para que ela possa aprender novas posturas e a conviver num ambiente social sem complicações.
Mas antes de qualquer coisa devemos observar os filhos para entendê-los e encontrarmos a solução. "Os pais conhecem bem seus filhos, o que acontece é que eles se negam a enxergar algum mau comportamento ou problema afetivo", alerta Denise.
Como lidar com a manha?
O primeiro passo é definir quais são os limites e ficar firme neles, não importa o tamanho do berreiro. Muitas vezes o “não” sai automático, quando na verdade o que o pequeno está pedindo não é tão impossível ou prejudicial assim de realizar. Ninguém está dizendo que você deve ceder à pirraça, mas sim repensar quando e porque você diz não.
De quebra, reflita sobre a necessidade do pequeno de explorar o mundo dentro dos limites necessários. Esse é ponto crucial da questão: o que pode e o que não pode fazer? Por quê?
A criança busca a independência, por vezes além do que é capaz, explica a psicóloga Maria Lúcia. Para os pais, é o primeiro momento em que é preciso buscar o equilíbrio entre segurar e deixar ir. E mesmo que a resposta seja não e vai ser, muitas vezes fique atenta na maneira como passa isso ao seu filho.
Uma coisa é explicar e jogar limpo com ele, deixando claro os limites antes, durante e depois. Outra é dizer não, porque não e pronto, seguido de palmada, castigo ou frases do tipo “você é uma praga e me deixa louca”.
De acordo com a mensagem que os pais passam, a criança pode aprender que é capaz e sentir-se segura e competente a autonomia, ou sentir-se alguém que só faz coisas erradas e deixa os pais zangados e ficar cheia de vergonha e culpa, alerta a psicóloga. Acredite: é muito mais construtivo para o seu filho saber que é motivo de orgulho dos pais.
Como saber quando o pequeno está doente?
Nem sempre é possível saber ao certo o que o pequeno tem, sem antes visitar um médico ou realizar exames. No entanto, busque observar os sintomas quando seu filho se queixar que não está se sentindo bem:
- Febre acima dos 40,5 C.
- Abdômen ou testículos sensíveis e inchados.
- Marcas ou manchas roxas na pele, que não saem quando se estica a zona da pele dos lados da mancha (exceto hematomas).
- Lábios azulados que não melhoram quando esfregados ou aquecidos.
- Ruídos ao respirar ou em descanso.
- Inspiração e expiração mais de 60 vezes por minuto; apresenta uma respiração forçada, ou respiração asmática audível.
- Chora inconsolavelmente durante mais de duas ou três horas seguidas.
- Recusa da alimentação.
- Vômito e diarreia.
- Tosse e mucosidade.
- Dor abdominal.