Birra x Manha: como educar as crianças para evitar situações embaraçosas em público
Vocês vão ao shopping e o criança se recusa a sair até que você compre o brinquedo que ela deseja. Em casa, ela pede que você dê comida na boca, sendo que já sabe manipular muito bem os utensílios. Se você é mãe, com certeza já passou, está passando ou vai passar por essas situações nada agradáveis, mas saiba que é possível evitá-las!
A educação que você oferece para o seu filho tem muita influência e compreender suas necessidades e saber se comunicar com os pequenos são as melhores formas de amenizar e lidar com os chiliques.
Embora esse tipo de comportamento seja perfeitamente normal e faça parte do desenvolvimento infantil, não agir de acordo com o que os pais ou os outros esperam pode causar problemas. Ao prolongar essa fase de “testes”, a família pode ficar desestabilizada e o pequeno pode sofrer até a vida adulta com as consequências.
Antes de saber como é possível passar por essa etapa da vida, que vai mais ou menos dos dois aos cinco anos, é preciso se colocar no lugar do pequeno e entender exatamente o que é cada atitude do seu filho e quais são os gatilhos que podem motivar as temidas birras e manhas.
Lembre-se que a reação da criança não é culpa sua, muito menos do seu filho. Por isso, nada de se deixar levar por olhares ou opiniões desagradáveis. O que vale é a forma como você educa o pequeno e isso só você sabe!
Afinal, existe diferença entre birra e manha?
Sim, existe, e se você sempre tratou as duas igualmente, está na hora de repensar. Birra e manha estão relacionadas à falta de maturidade do cérebro dos pequenos, pois eles estão começando a conhecer suas emoções e ainda agem muito por impulso quando se deparam com situações que não estavam esperando.
A birra tem a ver com o processo de se perceber como indivíduo, autônomo em relação aos pais e com vontade própria, como, por exemplo: pedir o famigerado brinquedo no shopping, não querer tomar banho, não comer os vegetais.
Ao se deparar com uma negativa ou com uma ordem dos pais, o pequeno ficará frustrado e a forma como ele lidará com ela vai desde chorar e se jogar no chão até correr e agredir.
Já a manha é um comportamento um pouco mais sofisticado, que os pequenos fazem deliberadamente para chamar a atenção. Como ela não sabe se colocar no lugar do outro e pensar nas consequências, elas podem, sim, ter comportamentos impulsivos, como quebrar um objeto se quiserem ir embora da casa da vovó.
A manha também é muito utilizada pelos pequenos quando estão doentes ou quando estão prestes a ganhar um irmãozinho.
Em ambos os casos, se o seu filho perceber que você mudou de ideia ou deu mais atenção porque ele se comportou de forma inapropriada, ele entenderá que esse é o comportamento certo para conseguir o que quer.
O ideal é evitar essas situações, manter a firmeza e dar atenção sempre ao seu pequeno. Aprenda como:
Respeite as descobertas do seu filho
Sempre que o pequeno desenvolve uma nova habilidade, ele fica tão empolgado e obcecado com ela que fica fazendo a mesma coisa o tempo todo.
Em paralelo, ele ainda está entendendo como isso vai beneficiá-lo, o que poderá dar um nó na cabeça! Por exemplo: o seu filho aprende a andar, mas ao mesmo tempo que quer explorar a novidade, não quer ficar longe da segurança que a mamãe proporciona.
Esse tipo de dualidade pode deixar o pequeno ansioso e carente, então, tente ter um pouco de paciência e de empatia com esse novo momento do seu filho em vez de simplesmente colocá-lo no cercadinho e não deixá-lo se locomover para longe (se o ambiente for seguro, é claro!).
Exercite o “não"
Dizer não é uma parte fundamental para a educação e desenvolvimento infantil, embora seja um sacrifício para os pais e um motivo de chilique para os pequenos.
Praticar o “não” desde cedo é uma forma de estabelecer limites para que as crianças aprendam que eles existem, que são impostos pelos seus responsáveis e que fazem parte da vida.
Entretanto, é preciso explicar os motivos, pois, na fase das birras e manhas, elas começam a compreender as motivações (mas se esquecem pouco tempo depois). Se mesmo assim o comportamento negativo surgir e o seu filho começar a espernear em público, se ele estiver em segurança, não dê atenção, assim a crise passe rapidamente.
Após ele se acalmar, conversem sobre as motivações para aquele sentimento e dê muitos carinhos, mas evite permanecer no local, pois o pequeno não deve ser recompensado pela má atitude.
Crie uma rotina de sono
A hora de dormir é um dos períodos mais problemáticos para a birra e a manha. O ato de dormir pode gerar ansiedade no pequeno, devido ao distanciamento dos pais ou à sensação de “perder algo” durante o sono e, por isso, cada família precisa desenvolver uma estratégia que funcione para esse momento.
Manter o ambiente à meia luz, falar em voz baixa, evitar distrações com telas, dar um banho relaxante no pequeno e ler uma história é uma boa rotina para que o pequeno vá, naturalmente, desacelerando e atendendo a necessidade de sono do seu organismo. Medo de escuro ou de monstros também precisa de soluções: às vezes, basta uma conversa com os pequenos e um abajur ligado durante a noite, mas se o medo não diminui, busque apoio psicológico para não piorar a birra e a manha.